A seleção brasileira feminina de futebol estreou com vitória nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Liderado pela genial e incansável Marta, o Brasil atropelou a China por 5 a 0 nesta quarta-feira, em Miyagi.
Fotos: Sam Robles / CBF
Ela foi o grande nome da partida ao balançar as redes duas vezes. Fez o primeiro gol do Brasil na competição e o terceiro e deixou Andressa Alves cobrar o pênalti que resultou no quarto tento. Debinha também deixou sua marca no primeiro tempo e Bia Zaneratto fechou o marcador no fim.
O placar é, de certa forma, enganoso, já que as chinesas mandaram três bolas na trave e deixaram o Brasil em dificuldade em alguns momentos. No entanto, a atuação da seleção brasileira foi satisfatória.
Encurralou as chinesas, mostrou organização, intensidade, e um forte jogo coletivo que potencializou o talento das jogadoras, especialmente de Marta.
Acostumada a ostentar recordes, Marta fez história ao se tornar a primeira jogadora a marcar em cinco edições de Olimpíada. A camisa 10 do Brasil fez um bom jogo e deu cadência e técnica ao meio de campo da seleção brasileira, participando ativamente da construção e conclusão das jogadas no ataque.
Além disso, a maior atleta da história do futebol feminino chegou a 12 gols em Olimpíada e ultrapassou a canadense Christine Sinclair para se tornar a segunda maior artilheira na história dos Jogos. A brasileira Cristiane, que não foi convocada para Tóquio-2020, é a maior goleadora, com 14 gols.
No lance de seu primeiro gol, marcado aos oito minutos, a veterana mostrou oportunismo e calma ao aproveitar o rebote de Debinha, que acertara o travessão em conclusão de cabeça.
Não foi só Marta que jogou bem no primeiro tempo. Foi uma atuação harmoniosa das comandadas de Pia Sundhage na etapa inicial. O Brasil resistiu à pressão inicial das chinesas e, quando colocou a bola no chão, dominou a adversária. No ataque, fez a diferença do trio Marta, Debinha e Bia Zaneratto e, claro, o talento delas.
O placar foi ampliado aos 21 minutos. Ágil e muito forte fisicamente, Bia Zaneratto fez boa jogada pela direita e chutou forte. A goleira deu rebote, e Debinha cutucou para as redes.
Depois disso, a seleção sofreu uma queda física e técnica, algo recorrente e que tem tirado o sono de Pia. A treinadora bicampeã olímpica tem a missão de conduzir a seleção brasileira à conquista do ouro inédito.
Ela viu suas atletas levarem pressão das chinesas, que não só conseguiram balançar as redes graças à ótima atuação da goleira Bárbara. Quando ela não apareceu para salvar as brasileiras, a trave ajudou. A China acertou três vezes a trave.
Não era mesmo o dia da seleção asiática. Era de Marta e companhia. Quando o Brasil vinha sendo pressionado e estava sufocado em seu campo de defesa, prestes a sofrer seu primeiro gol, Marta apareceu para marcar o terceiro gol e tranquilizar a equipe.
A camisa 10 começou e concluiu a jogada. Ela cruzou da direita para Bia Zaneratto, que foi desarmada pela defesa. O corte, no entanto, foi mal feito e a bola voltou para a craque, que surpreendeu a goleira ao chutar de primeira, no canto esquerdo.
Marta poderia ter saído de campo com três gols, mas abriu mão da cobrança de pênalti e deixou Andressa Alves, que acabara de entrar, bater a penalidade que sofreu ao ser derrubada na área por Wang Xiaoxue.
Ela chutou rasteiro, no canto esquerdo de Peng Shimeng, que se esticou mas não evitou o quarto gol brasileiro, aos 36.
Uma das melhores em campo, Bia Zaneratto foi premiada pela luta e boa exibição no fim da partida. A atacante do Palmeiras, recebeu cruzamento na medida de Debinha e desviou de pé esquerdo para anotar o quinto gol do massacre brasileiro aos 43 e selar a goleada em Miyagi.
Em busca do ouro olímpico inédito, o Brasil continua sua jornada em Tóquio no próximo sábado, às 8 horas (no horário de Brasília), quando enfrenta a Holanda. Depois, na terça, fecha a primeira fase contra a Zâmbia.
Fonte: Estadão Conteúdo