Fotos: Cléverson Oliveira/Ministério das Comunicações
O senador piauiense Ciro Nogueira (Progressistas) tomou posse na tarde desta quarta-feira (4) como ministro-chefe da Casa Civil. A solenidade, bastante prestigiada, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e dos presidentes do Senado e Câmara Federal, Rodrigo Pachêco e Arhur Lira, respectivamente. Em seu discurso, Ciro disse que teria sido mais fácil se acovardar, mas que aceitou a missão pela democracia. Ele ainda citou o ex-governador Petrônio Portela, avô de suas filhas, ao afirmar que não há problema mudar de opinião, desde que seja para melhor.
“Teria sido mais fácil, sim, não enfrentar este desafio neste momento de tantas dificuldades, de tanta radicalização, de tantas críticas. Teria sido mais fácil, senhor Presidente, me acovardar com um pretexto qualquer, ao receber o cativante e honroso convite de vossa Excelência para integrar o governo, num momento em que tudo está difícil. Em que o mundo está difícil, a economia está difícil, as pessoas estão difíceis, a realidade está difícil, o Brasil está difícil, a política está difícil, em que o difícil parece ser o novo normal”, afirmou.
Teria sido mais fácil, senhor Presidente, continuar exercendo as minhas funções de senador da República pelo meu amado estado do Piauí, sabendo que poderia, sempre, contar com a lealdade e o prestígio que nunca me faltaram de Vossa Excelência para levar benefícios para os piauienses e realizar, assim, um mandato produtivo como senador”, continuou o ministro, destacando que assume o cargo pela democracia.
"Eu tive a honra de aceitar o convite de Vossa Excelência para assumir a chefia da Casa Civil da Presidência da República, nestes momentos incertos que o país vive, porque isso é o mais certo. Porque, com a minha presença, me somando à equipe de seus ministros e ministras, nós vamos ajudar o Brasil a dar os sinais certos para onde nós estamos indo. O primeiro deles, senhor Presidente, e que não tenham dúvida: a democracia é líquida e certa. Difícil por natureza, mas é a coisa certa. E é por ela que estou aqui, é por ela que todos estamos aqui, é por ela que Vossa Excelência está aqui: para cuidarmos dela, para zelarmos por ela, para aprofundarmos na diversidade, nas diferenças a nossa realidade democrática".
Ciro, que assume o cargo em substituição ao general Luiz Eduardo Ramos, elogiou o governo Bolsonaro e comparou o presidente a um timoneiro cruzando uma tormenta, se referindo a pandemia do novo coronavírus.
“Este momento representa um ponto de inflexão importante e digno de destaque. A travessia de seu governo, senhor Presidente, durante a maior pandemia da história da humanidade, produziu ondas e abalos gigantescos. Graças ao maior programa assistencial da história do Brasil, os brasileiros não ficaram à deriva. A vacinação agora avança e, em breve, teremos todo o nosso país completamente imunizado e a economia pronta para crescer. Estamos cruzando o cabo das Tormentas. Das tormentas políticas, das tormentas sociais, econômicas e institucionais. Vossa Excelência é nosso timoneiro, e eu serei como aquele ajudante que estará constantemente ao seu lado, avisando dos perigos no percurso, tentando ajudar a enxergar em meio à névoa e querendo, sempre, auxiliá-lo a encontrar o rumo certo”, declarou.
O ministro destacou que é dever do governo preparar o país para as eleições 2022, trabalhando por bons indicadores.
“Temos agora, até o fim do seu atual governo, um período que conduzirá às eleições de 22. E é nosso dever preparar o país para chegar às eleições da forma certa, com a economia no prumo certo, com a política ajustada da maneira certa, com a vacinação garantida e certa para todos os brasileiros, com o programa de assistência social certo para que os brasileiros não vivam momentos incertos. E, principalmente, com os indicadores econômicos cada vez mais mostrando que o Brasil está dando certo", declarou, ressaltando que a história vai reconhecer o que o governo tem feito.
"O que é certo, senhor Presidente, pode ser muitas vezes atacado. O que é certo pode ser vítima de todo o tipo de injustiças e preconceitos. O que é certo pode sofrer todo tipo de dificuldade. Mas ao final, senhor Presidente, a história mostra que, o que é o certo é, e será sempre, o certo"
Eleitor de Lula e Dilma no passado, citando o avô de suas filhas, o ex-governador Petronio Portela, Ciro afirmou que não há problema algum em mudar de opinião.
“A política provoca choques, tremores e abalos, e gostaria que toda vez que me visse presidente, lembrasse de um amortecedor. Meu nome é temperância e o sobrenome é equilíbrio. O sábio Petrônio nos deixou a lição de que não há problema em mudar de opinião. Mudar de opinião não é contradição. Desde que seja para melhor. Conte com este amortecedor para que o ambiente, por vezes agitado dos nossos tempos, tenha neste seu leal servidor alguém sempre comprometido com a pacificação, a estabilização, a unidade”, afirmou.
O novo ministro também falou de emprego e destacou que o governo Bolsonaro não pode ser de palavras e sim de ações. “Apesar de todas as dificuldades que o seu governo enfrentou e enfrenta, com as reformas e, agora, com a recriação do Ministério do Trabalho e Previdência, vamos acelerar a geração de empregos, vamos acelerar a economia. Seu governo não é de palavras, Presidente. Seu governo não é de palanques. Seu governo é de ações. E são as ações que serão julgadas, no momento certo”, declarou, ressaltando a decisão do presidente de colocar um nordestino em um dos principais cargos do governo.
"Vossa Excelência trouxe para cá um nordestino. E não apenas um nordestino. Um nordestino do historicamente esquecido, mas sempre guerreiro e altivo estado do Piauí. Podemos dizer que vossa Excelência trouxe para o coração de seu governo um nordestino, para compartilhar com ele uma parte das importantes decisões que tem de tomar. O Nordeste está no núcleo do poder, Presidente, por decisão sua", afirmou.
Novamente citando Petrônio Portela, Ciro Nogueira afirmou que um político precisa ter coragem. “Não posso deixar de evocar, por fim, a maior figura da história política de meu estado, com quem tenho laços de família, o arquiteto da Democracia, Petrônio Portella, tio-avô de minhas filhas. Fonte de inspiração para todos e para mim, sempre senti a presença próxima de seu exemplo marcante. Lembro-me de que dizia: eEm mim, graças a Deus, existe um fator que considero fundamental para um político: a coragem. Coragem que resiste a tudo. Coragem que vence a todas as condições que normalmente levariam qualquer pessoa ao desespero”, finalizou.