O aparecimento de dois casos do chamado "mal da vaca louca", como é conhecida a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG), deixou vários estados do Brasil em alerta, dentre eles o Piauí.
O alerta é porque a doença pode chegar aos ruminantes se eles forem alimentados com a chamada "cama de frango". O material é utilizado para forrar o piso dos galpões de granjas, e vai desde a palha de arroz até restos de ração. Esse material pode estar contaminado com uma proteína chamada prion, responsável por desencadear o "Mal da Vaca Louca".
"A Adapi trabalha de forma preventiva. No Piauí não temos relato de casos da Vaca Louca e orientamos os criadores a não fornecer aos seus ruminantes, a cama de aviário por conta do risco de transmitir essa proteína. Nela pode ocorrer a mutação e desencadear o mal da vaca louca", explicou o Gerente de Defesa Agropecuária da Adapi, Idílio Moura, em entrevista à TV Cidade Verde.
Segundo ele, a doença se manifesta nas formas atípica e clássica. A EEB atípica, segundo o Ministério da Agricultura, ocorre de maneira espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. É verificada uma mutação em um único animal. Já a do tipo clássico está relacionada à contaminação por alimentação, quando há a possibilidade de afetar uma maior quantidade de animais do rebanho - como aconteceu entre 1992 e 1993 no Reino Unido.
"Os dois casos que apareceram foram isolados na forma atípica, ou seja, uma mutação do prion, uma partícula proteica que sofre alteração no organismo do animal", afirmou.
A alimentação de ruminantes (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos) com a cama aviária é proibida no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). "Estamos vigilantes e intensificando as ações da Adapi", disse o gerente.
Suspensão
O aparecimento dos dois casos levou o governo a suspender s exportações de carne bovina para a China, seguindo o compromisso de protocolo sanitário firmado entre os dois países.
Hérlon Moraes (Com informações da Folhapress) redacao@cidadeverde.com