Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgaram um boletim com a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a adultos com covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento leva em consideração dados obtidos em 20 de dezembro de 2021 e 5 de janeiro de 2022, um intervalo de 15 dias.
Nesse período, segundo o estudo, o Piauí apresentou uma elevação no número de internações. O estado passou de 47% para 52% de ocupação de leitos de UTI, uma elevação de 5% no intervalo analisado pelos pesquisadores.
O boletim destaca que, além da nova variante Ômicron, caracterizada até o momento pela alta taxa de transmissão e baixa letalidade e que vem rapidamente se disseminando no País, o cenário atual conta com uma epidemia de influenza pelo vírus H3N2.
Os pesquisadores responsáveis pelo boletim observam que a maior circulação de pessoas e a realização de eventos com aglomeração durante o fim de 2021 contribuem para impactar negativamente a dinâmica da pandemia e a capacidade de enfrentamento, com impactos sobre a saúde da população e o sistema de saúde.
Para os pesquisadores, o momento atual, com o crescimento rápido de casos da variante Ômicron, desenha um novo cenário epidemiológico.
Capitais
Nas capitais, chamou a atenção dos pesquisadores as taxas críticas observadas em Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%), e as taxas na zona de alerta intermediário em Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%). Também há um “estranhamento” diante das taxas do Estado do Rio de Janeiro e de sua capital, que se mantêm relativamente estáveis e em níveis muito inferiores àqueles observados nas demais unidades federativas.
Leitos de UTI Covid
Fundamental em todo período da crise e colapso da saúde em 2021, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS é o único indicador disponível até o momento para a elaboração do boletim. Os indicadores de leitos abordam uma das etapas da infecção e evolução dos casos – a última e mais grave é o óbito, informação que não se encontra em função do “apagão” de dados.
Quatro Estados encontram-se na zona de alerta intermediário e 21 Estados e o Distrito Federal encontram-se fora da zona de alerta Entre as capitais, três estão na zona de alerta crítico: Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%). T
rês estão na zona de alerta intermediário: Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%).
As demais, com taxas divulgadas, estão fora da zona de alerta: Porto Velho (44%), Rio Branco (10%), Manaus (34%), Macapá (40%), São Luís (30%), Natal (34%), João Pessoa (32%), Vitória (56%), Rio de Janeiro (2%), São Paulo (35%), Curitiba (46%), Florianópolis (42%), Porto Alegre (57%), Campo Grande (47%), Cuiabá (36%) e Brasília (57%).
Segundo os pesquisadores, as taxas observadas não são comparáveis àquelas verificadas no pior momento da pandemia, há quase um ano, considerando a redução no número de leitos destinados à Covid-19. Ainda é precoce, desta forma, afirmar que há uma nova pressão sobre os leitos de UTI, baseado apenas nos dados disponíveis e apresentados aqui. Entretanto, cabe manter a atenção sobre a evolução do indicador, alertam.
Fonte: Cidade Verde (Com informações do Estadão Conteúdo)