A atleta piauiense Kedma Laryssa, de 20 anos, conseguiu hoje (4) embarcar no trem com destino a cidade de Lviv, onde deverá pegar um voo de volta ao Brasil. A informação foi compartilhada pela jovem através das redes sociais.
Kedma Laryssa e mais duas jogadoras, uma de São Paulo e outra do Espirito Santo, são titulares do time de futebol Kryvbas Women, e estavam hospedadas em um hotel desde o início da invasão da Rússia na Ucrânia.
Ontem às 14h (horário de Brasília), a piauiense e um grupo que estava no hotel tentou embarcar no trem que sairia de Kryvyi Rih, cidade ucraniana onde Kedma Laryssa morava. Na primeira tentativa, elas não conseguiram entrar no trem. Somente hoje, elas conseguiram embarcar e seguem rumo a Moldávia, a fronteira mais próxima.
"Tentamos sair hoje, mas não conseguimos entrar no trem. São muitas pessoas tentando. Voltamos para o hotel. Estamos bem", escreveu a brasileira Gabriela Zidoi, colega de clube da Kedma Laryssa e que está no grupo que saiu de Kryvyi Rih.
Por volta das 8h de hoje (04), as jogadoras brasileiras fizeram uma nova tentativa e conseguiram embarcar no trem com destino à cidade de Lviv.
"Continuem orando por nós. Estamos com algumas amigas que falam a língua local", relata em postagem compartilhado por Kedma Laryssa onde aparece com as outras duas jogadoras brasileiras do Kryvbas Women.
Familiares da jogadora piauiense Kedma Laryssa, que atua na Ucrânia, continuam apreensivos e aguardando o retorno da atleta em segurança. A mãe, Ana Lúcia Araújo, reforça o apelo para que a filha possa deixar a região do conflito armado e chegar ao Piauí.
“Ela liga de manhã, me manda mensagem quando acorda. Ela tenta falar comigo o tempo todo para mostrar que está bem”, contou Ana Lúcia.
Kedma esteve no Piauí no final do ano passado, quando comemorou o Natal ao lado de familiares. A jogadora retornou para a Ucrânia no início do dia 13 de janeiro, ainda sem imaginar que estava prestes a vivenciar os temores de um conflito armado na região.
Antes do conflito começar, Ana Lúcia chegou a questionar a filha sobre o perigo. “Ela disse que os técnicos falaram que essa situação de guerra faz tempo que falam, mas não vai acontecer”, contou.
No dia 24 de fevereiro, dia em que os bombardeios começaram, Kedma mandou uma mensagem tranquilizando a mãe sobre a situação.
A cidade na Ucrânia onde Kedma está é Kryvyi Rih e fica a pelo menos 1 hora de distância da estação de trem mais próxima.
A mãe de Kedma Laryssa também lembra que a filha sempre gostou de futebol e desde cedo já demonstrava sinais de que atuaria profissionalmente no esporte. “Ela joga desde pequenininha. Nunca quis saber de brinquedo. O brinquedo que ela gostava era a bola”, lembrou.
A mãe ainda destacou a trajetória de ascensão da filha nos últimos anos, com passagens importantes pelo Tiradentes (PI) e pelo Fortaleza (CE).
Natanael Souza e Nataniel Lima redacao@cidadeverde.com