A governadora Regina Sousa (PT) chamou a atenção dos municípios piauienses que estão sem notificar os casos de dengue registrados em 2022. A subnotificação foi alertada nos últimos dias pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), que informou que dos 224 municípios do estado, 74 estão sem repassar as informações.
O cenário é considerado preocupante, principalmente diante do crescimento do número de casos em 2022. Segundo o último boletim epidemiológico da Sesapi, na 15° semana epidemiológica o Piauí apresentou um aumento de 610% nos casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda segundo o boletim, o estado apresentou um aumento superior a 4000% nos casos de chikungunya.
Além disso, pelo menos sete mortes por dengue foram notificadas e estão sendo investigadas pelas autoridades de saúde no Piauí.
A governadora Regina Sousa informou que a administração estadual está planejando uma campanha de combate à dengue, mas ressaltou que a responsabilidade maior é dos municípios.
“Estamos pensando é uma campanha, mas assim, os municípios estão sabendo, sabem do risco da dengue. O estado não pode agir no município. O estado é um colaborador. O estado manda o carro fumacê, que não é uma boa coisa. Sabemos que ele mata o mosquito, mas também as abelhas, aqueles pássaros menores, aquilo é a última coisa que tem que se usar. O certo é a prevenção, os municípios sabem”, destacou.
Regina Sousa ainda relembrou que o mesmo “apagão” de informações por parte de alguns municípios aconteceu na época do pico da pandemia da COVID-19 e considerou que algumas destas cidades enfrentam dificuldades estruturais.
“É como com a Covid, porque muitos municípios têm dificuldade de comunicar dados por conta da tecnologia e a informação chega atrasada. Não acredito que seja má vontade. Agora, o estado está olhando para os municípios que estão mais infestados”, disse.
Foto: Arquivo/Cidadeverde.com
A governadora também ressaltou que cada município tem consciência da importância de realizar o combate à dengue com ações de limpeza e prevenção.
“Que as pessoas não fiquem esperando o fumacê, pois ele é última coisa, pois prejudica a saúde, inclusive, a humana. O certo é limpar. Na época da pandemia quase não teve dengue, porque as pessoas estavam em casa, cuidando. Acho que é isso que temos que chamar”, disse.
Estado de calamidade
Regina Sousa defende o pedido feito pelos conselhos nacionais de saúde, que solicitaram que o Ministério da Saúde adote o prazo de 90 dias para revogar a emergência de saúde pública da covid-19 no país.
“Não temos essa pressa toda pois tem um pacto de 90 dias. Então, queremos que mantenha esse pacto. Agora, isso não significa que vamos gastar. Estamos gastando agora com dengue, é o nosso foco”, disse.
Flash Paula Sampaio
redacao@cidadeverde.com