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Trabalhadores do Piauí têm o menor rendimento médio do país: R$ 1.483
Piaui
Publicado em 10/06/2022

Os trabalhadores piauienses tiveram os menores rendimentos do país em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (10). Em média, os trabalhadores do Piauí tiveram ganhos mensais de R$ 1.483. Além disso, o percentual de domicílios recebendo Bolsa Família foi o maior do Brasil em 2021: 25%.

Quanto à renda dos trabalhadores, a média brasileira foi 66% maior que a do Piauí, com um valor médio de R$ 2.476. O maior valor foi registrado no Distrito Federal, onde os trabalhadores têm renda média mensal de R$ 4.188 em 2021.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no módulo Rendimento de Todas as Fontes.

“Os valores levam em consideração os rendimentos de todas as pessoas ocupadas, ou seja, inclui aquelas que trabalham de carteira assinada, na informalidade, no serviço público ou por conta própria, por exemplo. Também englobam as quantias ganhas em todos os trabalhos, nos casos em que uma pessoa tem mais de uma ocupação”, informou o Instituto.

No Piauí, 1,1 milhão de pessoas tinham um rendimento em 2021, um percentual de 35,7% da população. No total, 60,2% dos piauienses teve uma ou mais fontes de renda.

Destes, mais de 30% tiveram ganhos de fontes como: aposentadoria e pensão (13,8%), aluguel e arrendamento (0,7%), pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (2,4%), além de outros rendimentos (17,9%).

Rendimento por gênero

1/4 dos domicílios recebiam Bolsa Família

A Pesquisa também mostrou que, em 2021, um em cada quatro domicílios piauienses possui moradores que receberam Bolsa Família . Conforme a pesquisa, a proporção de lares do Piauí nos quais houve rendimento proveniente do programa social foi de 25,8%, maior índice do Brasil.

O programa deixou de existir em novembro de 2021, revogado pela Medida Provisória 1.061, publicada no dia 10 de agosto deste ano. A que MP criou o Auxílio Brasil determinou que, 90 dias após a sua publicação, seria revogada a lei de 2004 que estabeleceu o Bolsa Família.

A taxa do Piauí foi cerca de três vezes superior à média brasileira: no país, apenas 8,6% dos domicílios tiveram rendimentos provenientes do Bolsa Família em 2021. Santa Catarina foi o estado com menor proporção de residências com moradores que receberam o benefício, somente 1,9%.

Entre 2020 e 2021, houve aumento de 58,2% na proporção de domicílios piauienses que tiveram rendimento oriundo do Bolsa Família. Em 2020, o índice era de 16,3%, tendo chegado a 25,8% no ano seguinte.

O crescimento impactou a posição do Piauí com relação às demais unidades da federação: desde 2012, o estado ocupava a 2ª maior posição, sempre atrás do Maranhão. Com o aumento, o Piauí superou o estado vizinho pela primeira vez.

Bolsa Família, que completaria 18 anos nesta quarta-feira (20/10), foi revogado por Medida Provisória — Foto: RAFAEL LAMPERT ZART/AGÊNCIA BRASIL
Bolsa Família, que completaria 18 anos nesta quarta-feira (20/10), foi revogado por Medida Provisória — Foto: RAFAEL LAMPERT ZART/AGÊNCIA BRASIL

Em números absolutos, houve um salto de 169 mil residências piauienses com rendimento do Bolsa Família em 2020 para 266 mil em 2021. Ainda assim, os valores registrados em 2021 são os segundos menores da série histórica.

De 2012 a 2019, as proporções registradas no Piauí sempre superaram 35% e a quantidade de domicílios com benefício ultrapassava 350 mil.

Lares que recebem benefício têm mais moradores

A pesquisa também mostra que, nos domicílios piauienses onde houve rendimento do Bolsa Família, residem, em média, 3,8 pessoas. Já nas residências onde ninguém recebe o benefício, vivem, em média, 3,0 pessoas.

Os dados revelam que, além de abrigarem mais moradores, os lares piauienses com Bolsa Família possuem rendimento médio per capita três vezes inferior àqueles onde não há rendimento do programa social.

Enquanto o rendimento domiciliar por pessoa é de R$ 1.084 nos domicílios piauienses onde ninguém é beneficiário do Bolsa Família, o valor médio cai para R$ 316 nas residências que recebem transferência de renda do programa.

Fonte: G1 Piauí

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