A governadora Regina Sousa (PT) defendeu nesta quarta-feira (07) que o presidente Jair Bolsonaro (PT) convoque uma reunião com governadores para avaliar a viabilidade dos estados pagarem o novo piso salarial para os profissionais da enfermagem. A lei que estabeleceu o reajuste foi suspensa por 60 dias após liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de destacar o impacto na folha, a governadora disse ser contra a revogação da lei e avaliou ser possível encontrar uma solução para o problema instalado.
“Temos que achar saídas, a lei federal não pode ser revogada. O Governo Federal tem que sentar com os estados para que os estados façam as suas contas, como já estávamos fazendo”, disse.
Regina Sousa falou em sacrifícios na máquina pública e adiantou que o Governo do Estado deve tentar negociar com os profissionais de enfermagem para cumprir o piso estabelecido.
“Nós também não temos dinheiro para pagar e vamos tentar negociar, faremos contas da necessidade que tem hoje”, destacou. “Sacrifícios tem que ser feitos, mas nunca negar, foi votado, o parlamento é soberano. Acredito que deve se resolver em 60 dias”, argumentou a governadora.
Apesar de destacar que o Congresso Nacional é soberano, Regina Sousa criticou a forma e o momento em que lei foi instituída pelo Governo Federal, antes da eleição deste ano e após os estados sofrerem perdas na arrecadação devido ao teto do ICMS.
“Foi o Sindicato de Hospitais que entrou com a ação, eu acho que quase ninguém pode pagar. Mas o caminho é achar uma saída, porque normalmente, quando eu era senadora e fazíamos uma lei, tínhamos que dizer de onde é que sairia o dinheiro, inclusive, se o governo federal vai complementar. Essa lei foi feita na época eleitoral e não teve esses cuidados”, analisou a chefe do Executivo.
Manifestação
Profissionais da enfermagem realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira em Teresina. A categoria questiona a suspensão da lei que estabelece o piso nacional.
Os manifestantes chegaram a ocupar Avenida Marechal Castelo Branco, onde ocorre o desfile cívico da Independência do Brasil.
Seguindo a tendência de mobilizações nacionais, entidades de classe também discutem outras ações para conseguir reverter a decisão monocrática no plenário do STF, onde a questão ainda será apreciada pelos demais ministros.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Flash Paula Sampaio
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