O deputado federal recém eleito Nikolas Ferreira (PL) utilizou as redes sociais, na tarde desta terça-feira (11/10), para se pronunciar sobre o vazamento de um suposto vídeo de cunho sexual com outro homem. O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que as imagens são montagens e que já tomou providências legais.

“A, pronto, agora virei viado. É isso”, ironizou, com risadas, Nikolas. Na publicação, o deputado federal mais votado da história de Minas Gerais, argumentou que o homem no vídeo de sexo é, na verdade, um ator pornô gay. “Montagens, mentiras absurdas. Eles usaram um ator pornô gay para poder falar que sou eu. Eles usaram uma foto, mas, de outro ângulo, dá para ver claramente que não sou eu”, rebateu.

(crédito: Reprodução/Twitter @nikolas_dm)

“É nojento, impressionante como tudo da esquerda é voltado para esse lado de perversão sexual. Imagina, cara, a pessoa ficar pesquisando pornô gay para achar uma pessoa que parece comigo. Bizarro”, argumentou. No vídeo de esclarecimento, publicado por Nikolas, ele ainda ataca a jornalista Patrícia Lelis, que se envolveu na polêmica ao dizer que tinha outros conteúdos íntimos do deputado e publicou uma mensagem do suposto homem no vídeo com o político.

Nikolas também atacou o deputado André Janones (Avante) após o parlamentar alegar que o vídeo íntimo do bolsonarista é “só a ponta do iceberg”. “Eu já encaminhei tudo isso para os meus advogados e pode ter certeza que eles estão tomando conta disso ai”, garantiu Nikolas.

Anonymous divulgou imagens íntimas atribuídas ao deputado

A polêmica envolvendo o bolsonarista começou na tarde desta terça-feira (11/10) quando um perfil no Twitter identificado como Anonymous SCT fez diversas publicações com imagens de sexo oral entre dois homens. “Quem diria que um vídeo de 2 minutos e 38 segundos seria o responsável por expor toda a sua hipocrisia, né, Nikolas?”, disse o perfil.

Foram publicadas duas capturas de tela de um vídeo que, de acordo com os Anonymous, seria de Nikolas praticando sexo com outro homem. O grupo de hackers, que afirma ter a missão de expor “crimes contra a comunidade e o direito de cada cidadão”, ainda garantiu ter um dossiê com provas de que o deputado teria feito arrecadação ilegal durante a campanha eleitoral. “Enviamos os e-mails com o dossiê para os maiores portais de comunicação do nosso país, hoje as 15:47h, e, felizmente, já está rodando e nas mãos de pessoas certas”, comemorou o grupo.

Os responsáveis pela polêmica ainda resgataram tweets antigos de Nikolas, datados entre 2011 e 2013, que comprovariam as alegações de que o deputado é gay. “Antes do circo começar a pegar ainda mais f*g#, achamos alguns tweets antigos do Nickolas”, expuseram. O pastor André Valadão também está na mira dos hackers. Eles mandaram um recado para o evangélico e disseram que “daqui a pouco chega o seu momento”.

As imagens íntimas e provas de irregularidades envolvendo Nikolas Ferreira foram conseguidas, de acordo com os Anonymous, após o grupo ter invadido o acervo da TV Record, no sábado (8/10). Eles alegaram ser os responsáveis pelos ataques hackers que a emissora sofreu recentemente. Algumas horas depois de terem infiltrado os sistemas e interrompido as programações, os Anonymous fizeram uma publicação alertando sobre as informações que seriam reveladas.

Cerca de 10h depois do alerta, o grupo soltou a primeira imagem ligando Nikolas à prática de sexo com outro homem. Em outro momento, os hackers disseram, ao responderem um internauta, que a TV Record guardava esses vídeos do deputado em seu acervo. “O que você esperava de uma emissora conversadora […] Isso é apenas o começo do ouro encontrado nessa fonte”, garantiram.

Internautas criticam Nikolas por falas homofóbicas

A grande repercussão do conteúdo sexual fez o nome de Nikolas Ferreira ser o assunto mais comentado do Twitter. Dentre as críticas dos internautas, está o fato de o deputado federal ser um dos principais apoiadores de Bolsonaro, se colocar como defensor da família e, em diversas ocasiões, ter feito discursos apontados como homofóbicos. Opositores colocaram “Nikolas chupetinha” entre os assuntos mais comentados do site. 

“Eu também sou gay, mas não fico por aí espalhando homofobia quando se é. Hipócrita”, escreveu um usuário da rede social identificado como Walnei. “Qual o problema do Nikolas ter relações homoafetivas? Nenhum, não fosse o fato de ter se eleito com plataforma ultra-conservadora. Quem traz os “costumes” como plataforma, há de ser cobrado em seus costumes. No mais, sob todo manto ultra-conservador sempre jaz um canalha”, argumentou outro internauta, que se apresenta como doutor em direito penal.

Nikolas também tem sido apontado, pelos próprios internautas, como parte essencial da campanha do presidente Bolsonaro, candidato à reeleição. Durante o segundo turno da corrida presidencial, o deputado tem atuado firmemente na defesa do presidenciável, em que alega ser sua missão conquistar votos para garantir a permanência do Chefe do Executivo no poder.

Para os eleitores de Bolsonaro, a polêmica envolvendo Nikolas é uma tentativa de enfraquecer a campanha do candidato à presidência. “O Nikolas é um divisor de águas nessa eleição. Todo esse ataque só mostra desespero do outro lado. Estamos virando o jogo”, disse um perfil bolsonarista no Twitter.

Peça chave da corrida eleitoral de Bolsonaro, as supostas imagens de Nikolas com outro homem e a repercussão nas redes têm preocupado a campanha do presidente, que temem impacto negativo e consequente prejuízo nas urnas. 

Fonte: Correio Braziliense