A Polícia Civil do Piauí vai ampliar o projeto piloto de “flagrante por vídeo” para outras delegacias do estado. A iniciativa, que segue o modelo adotado em Minas Gerais, visa dar mais agilidade operacional às forças de segurança do estado, sobretudo em municípios do interior onde o quantitativo do efetivo é menor.
Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (24), o delegado-geral da PC-PI, Luccy Keiko, explicou que o novo formato começou a ser usado durante a pandemia na Delegacia Regional de Paulistana, no Sul do estado. Em sua avaliação, a experiência tem se mostrado bastante positiva.
“Vamos supor que no final de semana quem estivesse de plantão no sábado e domingo fosse um delegado de Simões, antigamente a Policia Militar pegava um individuo com a arma de fogo, tinha que conduzir de Paulistana até Simões apenas para se fazer o flagrante de porte ilegal de arma, então a policia deixava a cidade desguarnecida e se deslocava por um longo trajeto por um flagrante simples”, lembrou.
Com a novidade, os agentes não precisam mais se deslocar até a cidade onde está o delegado plantonista, tudo é feito de forma remota. “Ele vai ouvir por vídeo e webcam. Vai ouvir os policiais, o conduzido e formalizar todo o flagrante que inclusive já deve ser dessa forma, uma vez que hoje usamos o procedimento policial eletrônico que já está sendo a interoperacionalidade com o PJe [Processo Judicial Eletrônico], o sistema do Tribunal de Justiça”, completou o delegado-geral.
De acordo com Luccy Keiko, a possibilidade de tornar o procedimento do flagrante mais célere também impacta positivamente a redução de custos ao estado. Além de argumentar que o uso da tecnologia reduz os gastos do estado ao evitar o deslocamento de viaturas da PM entre os municípios de uma mesma regional da PC-PI, acredita que a medida tem potencial para a redução da criminalidade.
“Tenho certeza que com isso vai aumentar o número de conduções, de abordagens, pensar que pode conduzir rapidamente para a delegacia do seu próprio município. É algo que entendemos na Delegacia Geral que é prioritário, pois é eficiente para o serviço público, e no final acredito que respinga na questão da redução da criminalidade”, analisou o delegado-geral, que estima a expansão da experiência para outras regionais.