Foto: Marcelo Cortes / CRF
Finalista da Libertadores pela terceira vez nos últimos quatro anos, o Flamengo chorou no ano passado para sorrir neste ano. A frustração de 2021 virou alegria em 2022. O time carioca se tornou tricampeão continental ao derrotar o Athletico-PR neste sábado, em Guayaquil, no Equador.
Os outros títulos foram conquistados em 1981 e 2019. Gabriel Barbosa, o Gabigol, mais uma vez mostrou poder de decisão no triunfo que garantiu à equipe de Dorival Junior sua segunda taça em 2022.
Numa decisão de baixo nível técnico e com poucos torcedores brasileiros nas arquibancadas e muitos torcedores locais, que ganharam ingressos da Conmebol em virtude da baixa procura pelas entradas, Gabigol brilhou.
Ele foi às redes pela quarta vez em três finais de Libertadores, façanha de que, entre os brasileiros, apenas o atleta foi capaz e que o fez igualar Luisão no topo da lista de artilheiros brasileiros da competição Ambos têm 29 gols.
A conquista coloca o Flamengo no grupo de sete equipes - quatro delas brasileiras - que ganharam três vezes a competição mais importante do continental.
Vice-campeão em 2021 ao perder a decisão para o Palmeiras em Montevidéu, o time rubro-negro se junta a São Paulo, Santos, Grêmio, Palmeiras, Olímpia, do Paraguai, e Nacional, do Uruguai.
O Athletico-PR vai continuar sua caminhada em busca de um lugar no seleto grupo de 25 campeões da América depois de ser vice nesta temporada e em 2005. A experiência, conhecimento e sucesso de Felipão ajudaram o time paranaense a ir à decisão, mas não foi o suficiente para levantar a taça.
O veterano treinador, que pode se aposentar e assumir um cargo diretivo em 2023, ostenta dois troféus continentais e outros dois vices. Ele tentava ser o primeiro técnico na história do torneio a levantar a taça por três clubes diferentes.
Felipão poderia ter tido melhor sorte se Pedro Henrique não tivesse sido expulso no primeiro tempo, etapa em que o Athletico-PR foi melhor e mais perigoso que o Flamengo, a despeito de toda a qualidade técnica dos cariocas.
Vitinho e Alex Santana concluíram as duas principais chances de gol até o zagueiro levar dois amarelos em um intervalo de 15 minutos e deixar os paranaenses com dez em campo.
Felipão cogitou reorganizar a retaguarda logo após a expulsão, mas preferiu esperar até o intervalo, já que o primeiro tempo estava perto de terminar. Ele recuou Fernandinho para a zaga, função que o brasileiro havia desempenhado no Manchester City em muitas ocasiões.
Ocorre que, bagunçada, a defesa foi envolvida pelo atacante flamenguista, que nada havia feito até então, e deixou Gabigol livre. Depois de tabela com Rodinei, Everton Ribeiro cruzou rasteiro para o atacante, predestinado, marcar aos 48 minutos o gol do título.
O Flamengo não aproveitou a superioridade numérica para ampliar e jogar com mais conforto. Até teve maior volume de jogo também na segunda etapa, mas fez uma apresentação ruim, sobretudo considerado a capacidade técnica de seu quarteto ofensivo.
A atuação foi longe de ser brilhante, mas, organizado, o time carioca sustentou a vantagem diante de um valente Athletico, que tentou como podia o empate, mas não conseguiu.
Felipão lançou mão de suas principais opções ofensivas no banco e abriu mão de um volante. No entanto, não era o dia do treinador nem dos paranaenses. Em Guayaquil, na decisão entre rubro-negros, quem festejou foram os cariocas.
Fonte: Estadão Conteúdo