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Lula afirma que busca recuperar harmonia entre os poderes
Brasil
Publicado em 09/11/2022

O presidente eleito deu a declaração em entrevista coletiva, após se reunir com autoridades em Brasília

 

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quarta-feira (9) com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, na sede da Corte, em Brasília.  Essa foi a primeira visita de Lula a Brasília desde que venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral.

 

Lula afirmou que "é plenamente possível recuperar a normalidade da convivência entre instituições". O presidente eleito deu a declaração em entrevista coletiva, após se reunir com autoridades em Brasília.

"Eu me candidatei com o compromisso de que é possível resgatar a cidadania do povo brasileiro, de que é possível a gente recuperar a harmonia entre os poderes, de que é plenamente possível a recuperar a normalidade da convivência entre as instituições brasileiras. Instituições que foram atacadas, que foram violentadas pela linguagem nem sempre recomendável de algumas autoridades ligadas ao governo", afirmou o presidente eleito

Lula deu entrevista coletiva após encontros com autoridades em Brasília  Foto: Reprodução/ GloboNews Lula deu entrevista coletiva após encontros com autoridades em Brasília  Foto: Reprodução/ GloboNews

"Já fui deputado, já fui presidente da República. O governante tem que ter clareza que que tem que lidar com as pessoas que foram eleitos. Temos que convencer das coisas importantes para o país. Não tem que olhar o Congresso e "ah, o Centrão". O Centrão é um conjunto de partidos que temos que conversar e tentar convencer das nossas propostas", disse o presidente eleito. 

 

Ele afirmou ainda que não vai interferir nas eleições do Congresso. Câmara e Senado escolhem presidentes em fevereiro. Lira, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), quer a reeleição.

 

 

"Não cabe ao presidente da República interferir em quem será o presidente do Senado ou da Câmara. Ou seja, quem vai decidir quem será o presidente das Casas serão senadores e deputados. O papel do presidente da República não é gostar ou não de presidente, é conversar com quem dirija a instituição", afirmou Lula.

 

Mais cedo, Lula se encontrou com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) também participou.

Lula se encontra com Arthur Lira, Pacheco e ministros do STF em BrasíliaLula se encontra com Arthur Lira, Pacheco e ministros do STF em Brasília

As reuniões fazem parte de uma série de encontros com chefes de poderes, como parte da fase inicial do governo de transição.

 

 

 

 

 

 

 

 

Os encontros aconteceram nas residências oficiais da Câmara e do Senado, localizadas na Península dos Ministros, área nobre de Brasília. Após a reunião com a ministra, o petista tem agenda marcada com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes

Lula em encontro com Arthur Lira Lula em encontro com Arthur Lira 

 

Esta é a primeira visita de Lula a Brasília desde que venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral. Um dos líderes do Centrão, Arthur Lira apoiou a reeleição de Bolsonaro e, conforme o jornal "O Globo", buscará se reeleger presidente da Câmara no ano que vem.

Lula também esteve com Rodrigo Pacheco Foto: Reprodução/ TV Globo Lula também esteve com Rodrigo Pacheco Foto: Reprodução/ TV Globo

A agenda do presidente eleito também inclui, no fim da tarde, encontros com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

 

 

 

 

 

 

 

 

Antes do encontro com Lira, Lula postou a seguinte mensagem em uma rede social: "Estamos empenhados na construção de um futuro melhor para todos os brasileiros e brasileiras, com muita democracia. Hoje estou em Brasília. Bom dia."

 

 

 

 

 

Também participaram da reunião com Lira os deputados José Guimarães (PT-CE), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, além do ex-ministro Aloizio Mercadante.

 

 

 

 

 

 

 

 

Carro com o presidente eleito Lula chega à residência oficial da Câmara - Foto: Luiz Felipe BarbiériCarro com o presidente eleito Lula chega à residência oficial da Câmara - Foto: Luiz Felipe Barbiéri

Estabilidade institucional

 

Lula fará em Brasília uma agenda em busca da estabilidade institucional, movimento que tem sido chamado internamente de "reconstrução nacional", em razão das polêmicas em que Bolsonaro se envolveu com os demais poderes nos últimos anos.

 

Paralelamente aos encontros de Lula, a equipe de transição de governo, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) já começou a ser anunciada. Os trabalhos vão ser feitos na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília.

Lula se encontra com Arthur Lira, Pacheco e Rosa Weber em Brasília (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)Lula se encontra com Arthur Lira, Pacheco e Rosa Weber em Brasília (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)Auxílio Brasil de R$ 600

 

 

 

 

O encontro de Lula com Arthur Lira também acontece em meio à definição, pela equipe de transição, sobre qual modelo de proposta será apresentado para garantir que o Auxílio Brasil continue em R$ 600 ano que vem.

 

 

Até então, o pagamento era de R$ 400. Às vésperas das eleições, o governo Jair Bolsonaro e o Congresso aprovaram o aumento para R$ 600, mas somente até dezembro deste ano. Durante a campanha, Lula disse que, se eleito, manteria o valor de R$ 600.

 

 

Lula quer ouvir líderes políticos antes de definir se, quando assumir o governo, editará uma medida provisória ou enviará uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir o valor de R$ 600, despesa que deve ficar fora da regra do teto de gastos.

 

 

 

Isso porque a aprovação de PECs exige negociação maior por parte do governo. Uma proposta de emenda à Constituição deve ser submetida a dois turnos de votação na Câmara dos Deputados e a mais dois turnos no Senado. Além disso, nas quatro votações, a PEC precisa do apoio mínimo de três quintos dos parlamentares (308 dos 513 deputados; 49 dos 81 senadores).

 

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