Um levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) constatou que 60% das pessoas que são vítimas de algum crime no estado não registram Boletim de Ocorrência (B.O). Entre os motivos, os entrevistados citaram que se sentem desestimulados pelos agentes públicos ou não acreditam que os casos serão solucionados.
O diagnóstico constatou esse cenário. Dos 6.066 B.Os registrados em duas delegacias de Teresina em 2022, apenas 449 foram despachados para algum tipo de procedimento policial e somente 45 tiveram inquéritos instaurados. Por conta disso, a SSP-PI está implementando uma série de ações para reverter o quadro.
O principal foco é aumentar a produtividade das unidades policiais. Dentre as medidas estão a criação de uma Central de Boletins de Ocorrência, com estrutura física no Centro da capital, o registro de BOs pelo WhatsApp e a punição de policiais que se recusarem a registrar ocorrências criminais.
"Vamos abrir a porta do registro, tanto punindo quem não quer registar, no caso do policial, abrindo a central e permitindo pelo whatsapp. Também faremos convênios com aqueles que participam da rede de proteção. Por exemplo, o Conselho Tutelar, vai ser permitido fazer B.O. Sabendo a quantidade de crimes, vamos poder cobrar das unidades policiais o cumprimento das suas atribuições", explicou Chico Lucas, secretário de Segurança.
Outra mudança está no foco da resolução dos pequenos delitos, como roubos de celulares. Para isso, será criado um núcleo que ajudará as delegacias de Teresina a solucionar esses casos. Segundo Chico Lucas, o objetivo é facilitar a comunicação sobre esse tipo de crime e dar suporte tecnológico aos distritos policiais.
“Esse núcleo vai ser formado por gente capacitada para quando o celular for roubado conseguirmos monitorar, identificar, pedir bloqueios a operadora e a questão do IMEI. O objetivo é termos uma equipe capacitada para dar suporte aos demais trabalhos, dos distritos e delegacias, e combater os receptadores. Vamos continuar nessa pegada, combater quem compra o produto do roubo, porque se você encerra a cadeia você diminui esse tipo de criminalidade”, argumentou o gestor.