O prefeito do Recife, João Campos (PSB), afirmou que "não há o menor fundamento" em denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal que afirma que o pai dele, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, recebia propina por meio de uma conta na Suíça.
A acusação da Procuradoria em Pernambuco que envolve o ex-governador, que morreu em acidente aéreo em 2014, foi mostrada em reportagem da Folha de S.Paulo na sexta-feira (7).
A denúncia foi apresentada no ano passado contra Aldo Guedes, um ex-auxiliar de Campos no governo, e contra Sandra Leote Arraes, viúva de um tio do ex-governador e que foi titular da conta bancária na Europa. Colaboradores da Justiça também foram incluídos.
Em nota divulgada no sábado (8), João Campos afirma que o pai foi eleito seguidas vezes "o melhor governador do Brasil, sendo ainda reeleito com o maior percentual da história". "Só consegue isso quem é íntegro, dedicado, competente, fazendo bem feito para quem mais precisa."
A nota ainda afirma que a acusação é "completamente equivocada". "Inclusive, a ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), através de decisão do ministro Ricardo Lewandowski, o que claramente reforça a sua improcedência."
A decisão de Lewandowski, assinada em março, foi expedida porque o ministro tem considerado que os elementos apresentados pela empreiteira Odebrecht em acordo de colaboração são inválidos. Esse entendimento segue precedente de outros casos decorrentes da Operação Lava Jato, como ações penais contra o hoje presidente Lula.
João Campos afirmou também que o pai era um "homem íntegro, correto e dedicado às missões que lhe foram conferidas pelo povo".
"Seus mandatos no Legislativo, sua passagem pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e suas duas gestões à frente do Governo de Pernambuco compõem a trajetória de um homem que entendia que a política é o principal meio para promover transformações na vida das pessoas. Nunca como um caminho para o próprio favorecimento."
A acusação do Ministério Público foi produzida após cooperação internacional com autoridades da Suíça, que enviaram dados da conta para o Brasil. Segundo a Procuradoria, nessa conta, firmas ligadas à Odebrecht depositaram US$ 771,5 mil (o equivalente hoje a R$ 4 milhões) entre 2008 a 2009. O titular dela à época era um tio de Campos, Carlos Augusto Arraes, que morreu em 2010.
A defesa da viúva de Carlos Augusto também tem negado as acusações de lavagem de dinheiro à Justiça.
Fonte: Folhapress