Conselheiras tutelares denunciaram nesta quinta-feira (13) demora no atendimento de vítimas com suspeita de estupro no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (Samvvis) que fica na maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina
As conselheiras tutelares Maria Gomes, do 4º Conselho Tutelar de Teresina, e Ana Melo, de Piracuruca, afirmaram que chegaram por volta das 9h desta quinta-feira na maternidade com as vítimas e até 12h elas não tinham sido atendidas.
Maria Gomes foi até a maternidade acompanhando uma criança de 7 anos. Ela afirmou que essa demora no atendimento causa um constrangimento na vítima e que essa é uma situação corriqueira no Samvis.
Foto: Arquivo/Cidadeverde.com
“É uma situação que é corriqueira para a gente, que já vem passando por esse tipo de constrangimento no Samvis há muito tempo. Crianças que chegam aqui vulneráveis e que precisam passar por todo esse constrangimento. Procuramos a direção e nos informaram que a médica plantonista está de atestado médico e que não tem outro médico para atender. Tem outro médico aqui, mas que não poderia atender. A pergunta é: se no ECA diz que a criança tem a primazia do atendimento, onde é que estão essas leis que não estão sendo usadas? Nós conselheiros estamos nessa luta constante pedindo um local de atendimento específico para esses casos, mas infelizmente, só promessas”, lamentou.
Já a conselheira Ana Melo veio de Piracuruca, a 204 km de Teresina, com uma menina de 11 anos que está grávida e que a suspeita é que o padrasto seja o pai da criança.
“Estamos aqui desde 8h da manhã precisando de atendimento de uma criança de 11 anos, e aqui nos deparamos com outros conselheiros nessa mesma situação. O hospital não tem suporte para atendimento dessas crianças, e o que queremos é prioridade nesse momento, porque não é fácil sair de Piracuruca, longe né, pois saímos 5h, e estar aqui sem comer, e sem ser atendidas, então pedimos providências”, declarou.
Samvis se manifesta
Em nota a diretoria do Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual informou que as pacientes já estão sendo atendidas e que o atraso ocorreu porque uma médica estava doente.
“Houve um atraso porque a médica de plantão nesta data informou já pela manhã que estava com problemas de saúde. A outra profissional estava em audiência relacionada a assuntos do Setor. Por fim, coordenadora do Samvvis se deslocou até a Maternidade e a fato foi solucionado”, disse em nota.
Confira a nota na íntegra:
A diretoria do Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual informa que as pacientes que deram entrada nesta manhã do dia 13/04 já estão sendo atendidas.
Informa ainda que houve um atraso porque a médica de plantão nesta data informou já pela manhã que estava com problemas de saúde. A outra profissional estava em audiência relacionada a assuntos do Setor.
Por fim, coordenadora do Samvvis se deslocou até a Maternidade e a fato foi solucionado.
O que é Samvis
O Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVVIS) foi implementado em 2004, e é o setor responsável pelo planejamento, organização e assistência as mulheres vítimas de violência sexual, independentes da cidade, incluindo a prevenção da gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Bárbara Rodrigues e Gorete Santos redacao@cidadeverde.com