Foto: Ascom/Sesapi
Em fevereiro deste ano, a triagem de bolsas de sangue passou a contar com o teste específico para malária.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) apresenta avanços, principalmente na área técnica. A coleta de sangue, por exemplo, recebeu equipamentos homogeneizadores de última geração.
“São equipamentos de última geração, que impactaram a relação doador/colaborador, por serem de fácil manuseio, que dá mais comodidade ao doador e agiliza o serviço do técnico responsável pela coleta de sangue”, explica o coordenador do Ciclo do Sangue, Oberdan Torres.
Outro serviço instalado no Hemopi é a coleta de plaquetas por aférese, um procedimento que foi adicionado à rotina diária e que deve impactar diretamente no serviço prestado aos pacientes oncológicos atendidos pelo SUS. O processo de aférese é bem parecido com a doação de sangue. A diferença é que ela é feita com o auxílio de um equipamento que retém parte das plaquetas e retorna para o doador todos os outros elementos. É um processo seguro, também feito com material descartável como a coleta de sangue, e tem duração de cerca de 1h30.
Essa modalidade de doação é feita através de convocação, os doadores vão ao hemocentro com hora marcada e de acordo com a necessidade. ”A vantagem da aférese é que o paciente carente de plaquetas recebe a quantidade necessária com um número menor de bolsas. Os doadores podem fazer até mais de uma doação por mês, sendo que precisam estar dentro dos critérios como ter entre 18 e 55 anos, pesar mais de 60 quilos e não estar tomando medicamentos”, explica o coordenador.
Em fevereiro deste ano, a triagem de bolsas de sangue passou a contar com o teste específico para malária. A medida vinha sendo implementada pela Coordenação Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde desde o ano passado de forma gradativa e agora passou a fazer parte da rotina sorológica dos doadores.
“A inovação trouxe mais segurança às transfusões de sangue e permitiu a redução de 12 meses para um mês do período de impedimento à doação [de sangue] de pessoas que estiverem em áreas endêmicas para malária”, explica o coordenador de Laboratórios do Hemopi, Abílio Neto.
Outra mudança que veio para agilizar o serviço prestado pelo hemocentro, foi o funcionamento 24 horas da Central de Amostras. “Temos uma equipe de enfermeiros capacitados, responsáveis por receber as amostras dos pacientes que precisam de transfusão, realizar todo o protocolo de exames, cruzar os dados de paciente/doador e garantir a distribuição correta dos hemocomponentes solicitados. É um trabalho minucioso que ganhou mais agilidade com o funcionamento 24 horas da Central”, explica Karina Nava.
Para o superintendente de média e alta complexidade da Sesapi, Dirceu Campelo, os investimentos contribuem para ampliar a capacidade do Hemopi. “São investimentos que o Governo está fazendo que vão se transformando em melhorias para a nossa população”, afirma.
Outro setor que merece destaque é o Laboratório de Imuno -Hematologia, que tem entre suas atribuições a identificação de tipos sanguíneos raros. A pesquisa de doadores raros ainda é uma prática pouca realizada no país e o Hemopi é um dos hemocentros que possui esse serviço de fenotipagem. “O nosso objetivo é encontrar essas raridades e garantir a segurança transfusional. É um trabalho minucioso que ajuda a salvar pacientes dentro e fora do Estado”, explica o supervisor do laboratório, Pedro Afonso. Atualmente, o Hemopi possui mais de cinco mil doadores no Cadastro Nacional de Doadores de Sangue Raros.