WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou um comunicado após a repercussão das mensagens encontradas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com informações e pedidos para um golpe de Estado. Segundo os advogados, pela função de Cid de receber as demandas do ex-chefe do Executivo, o aparelho dele “por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações”.
Por não haver a presença direta do ex-presidente nos grupos de conversa, os advogados alegam, ainda, que os diálogos “comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe”.
A Polícia Federal encontrou no celular do ex-ajudante instruções para um golpe de Estado. O documento detalhava o passo a passo para que as Forças Armadas assumissem o comando do país após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. O arquivo constava em conversas de Cid com um oficial das Forças Armadas, o coronel Jean Lawand Junior.
Entre os pontos listados estavam a nomeação de um interventor e o afastamento e a abertura de investigações sobre ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento também pedia que fosse fixado um prazo para a realização de novas eleições.
Por meio de nota, o Exército informou que “opiniões e comentários pessoais não representam” a Força e que “eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial” e na esfera administrativa.