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Lula e Dilma foram espionados em conversas com ex-presidente do Equador por empresa para a CIA
Geral
Publicado em 19/07/2023

Rafael Correa foi espionado com Lula para a CIA

JOSÉ JÁCOME / EFE 

 

 

Informação de que reuniões foram alvo de espionagem estava no computador do dono de uma empresa de segurança espanhola

Reuniões do ex-presidente do Equador Rafael Correa com antigos mandatários do Brasil, Argentina e Uruguai, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ex-presidente Dilma Rousseff, teriam sido espionadas para a CIA — agência de inteligência dos Estados Unidos. O dono da empresa de segurança espanhola UC Global, SL, David Morales, é o suspeito de ter feito a espionagem para o serviço secreto americano. O caso foi revelado pelo jornal El País, da Espanha.

As reuniões teriam acontecido em 2018, em uma série de encontros do ex-presidente do Equador de 2007 a 2017, Rafael Correa, com ex-chefes de Estado da América do Sul. Além de Lula — na época, presidente brasileiro (de 2003 a 2010) — e Dilma — que governou o Brasil entre 2011 e 2016 —, teriam sido espionados em conversas com Correa nesse período os ex-presidentes do Uruguai José Mujica e da Argentina Cristina Kirchner (atual vice-presidente).

As informações dão conta de que o juiz espanhol Santiago Pedraz, que investiga o empresário há três anos por diversos crimes, teria ordenado uma análise do computador de Morales — apreendido pela polícia em 2019, após a prisão dele. Na nova investigação, os peritos teriam constatado a espionagem.

O computador de Morales foi avaliado por peritos nomeados pela defesa do jornalista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks. Contratado para fazer a segurança da Embaixada do Equador em Londres, Morales teria ordenado aos funcionários que espionassem reuniões de Assange com seus advogados.

No entanto, de acordo com a investigação, Morales também teria espionado os encontros do então presidente equatoriano para passar informações ao seu sucessor e adversário político, Lenín Moreno.

Um vírus foi instalado no celular das duas filhas de Correa. O software permitiu o controle de todas as mensagens e conversas das jovens enquanto elas estudavam na França.

De acordo com a nova análise do computador de Morales, o nome CIA aparece diversas vezes em um HD externo em que ele arquivou os projetos e as operações das quais participou. Fotos íntimas de um diplomata também foram encontradas em um cofre na sede da empresa. As imagens teriam sido utilizadas para tentar chantagear autoridades equatorianas.

R7 procurou o Itamaraty e a embaixada do Equador em Brasília e aguarda posicionamentos sobre o caso.

 

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