REPRODUÇÃO
São Paulo, Brasil
Dorival Júnior se conteve.
Sabe que a resposta aos dirigentes do Flamengo que o desprezaram ainda não foi dada.
Está "bem encaminhada".
A vitória do São Paulo, em pleno Maracanã, na primeira final da Copa do Brasil, foi representativa.
Não só por deixar o clube a um empate para a conquista do título inédito.
Mas por sua estratégia de fazer travar o elenco milionário de estrelas. Fazer com que o time não desse nem sequer um chute ao gol de Rafael no primeiro tempo.
Motivar a fanática torcida flamenguista a vaiar seus próprios jogadores e, principalmente, o presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, que o dispensaram.
"A maior conquista dessa equipe até agora não é no sentido técnico, mas o resgate da confiança e da alegria do são-paulino. De ver a equipe enfrentar toda e qualquer situação. É um processo. Seis meses atrás essa equipe estava sendo muito contestada, agredida em todos os sentidos, com palavras, com xingamentos, uma desconfiança de todos. Eles conseguiram resgatar a alegria e a confiança do torcedor, e isso não tem preço."
Dorival tinha a certeza de que, pressionado, Sampaoli escalaria o "ataque dos sonhos", hoje, no Maracanã. E preparou uma armadilha para fazer com que Gabigol, Pedro e Bruno Henrique praticamente não jogassem.
Travou a intermediária, tirando Luciano e colocando em campo Wellington Rato. Jogador muito mais intenso, que foi fundamental na proteção de Rafinha na direita.
"Foi uma opção tática. Luciano é um jogador importantíssimo para a gente, foi decisivo em muitas das fases e por merecimento poderia estar nessa partida, como poderá estar na partida seguinte. Nós vamos ainda preparar a equipe.
"É um jogador que sempre foi um diferencial para nós. Ele sabe a importância que tem e sabe como foi importante mesmo não estando no início dessa partida."
Muito inteligente, Dorival elogiou Luciano e não tocou na importância tática de preencher a intermediária e do trabalho muito bem executado, e de sacrifício, de Wellington Rato.
Alisson, Pablo Maia e Rodrigo Nestor também se desdobraram, pareciam onipresentes, na entrada da área. Tudo muito bem ensaiado, trabalhado.
O treinador não caiu na tentação de acreditar no título antecipado.
Vivido, ele foi pelo caminho do bom senso.
O "de que nada está decidido". E é a pura verdade.
"O campeonato não está definido. Eu conheço o adversário que está do lado de lá. Temos que ter muitos cuidados e correr muito mais do que corremos hoje se quisermos realmente lutar por esta competição, que seria muito importante para o clube.
"Nossa preparação terá que ser superior", avisa.
Até porque ele sabe que o Flamengo poderá ter mais uma arma importante.
Arrascaeta.
A semana que ainda falta para o jogo decisivo deverá ser suficiente para o uruguaio jogar no Morumbi.
E Dorival sabe muito bem quanto o meia faz a diferença para o Rubro-Negro.
"Foi um jogo intenso e muito bem realizado por todos, mas foi só a primeira etapa de um jogo de 180 minutos. Não podemos nos esquecer de quem está do lado de lá, a qualidade deste grupo, que conheço bem. Sei que teremos de fazer muito mais para fazer o resultado dentro do Morumbi", insiste Dorival.
Ele sabe que sua vingança ainda não está completa.
Mas está muito encaminhada...
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