Por Adriana Magalhães
Os crimes realizados no ambiente virtual já ocupam o segundo lugar no Piauí em número de registros de boletins de ocorrência. A informação foi dada pelo secretário de Segurança, Chico Lucas, durante a inauguração da nova sede da Delegacia Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na zona Leste de Teresina.
Humberto Mácola, titular da DRCI, explica que no ano de 2019 foram registrados 168 B.Os de crimes realizados no ambiente virtual. Hoje, em 2023, já são mais de 3.500 denúncias recebidas na delegacia.
"Os crimes no ambiente virtual vem numa crescente, sobretudo, após a pandemia e seu impacto vem sendo potencializado', explicou o delegado.
Segundo delegado-geral, Luccy Keiko, desde a pandemia os crimes quadruplicaram.
“Estamos experimentando uma migração do crimes para o ambiente virtual. E com o crescimento destes crimes, a equipe de investigação também cresceu. Esse trabalho começou numa divisão, em 2017, agora já dispomos de uma delegacia com três delegados e uma grande equipe de agentes e escrivães”, afirmou o delegado-geral.
Nos últimos anos, o Brasil e o mundo experimentaram uma migração das atividades diárias para o ambiente virtual, em especial o celular.
"O brasileiro passa em média nove horas e meia no celular. A vida migrou para o meio virtual. Quase todos os aspectos da vida civil migraram para o celular. E os bandidos perceberam isso", explica o secretário de Segurança, Chico Lucas.
Estelionato é o principal crime cometido no ambiente virtual
Foto: Adriana Magalhães/Cidadeverde.com
Ainda segundo o delegado Humberto Mácola, os crimes de estelionato são aos mais cometidos no ambiente virtual.
"O criminoso, desde a pandemia, vem se especializando em tentar ludibriar o cidadão, mas tanto a Polícia Civil, como as empresas de aplicação, também se especializaram para prevenir e reprimir este tipo de crime", acrescentou o titular da DRCI.
Aumento de 35% em denúncias de importunação sexual na internet
Os casos de importunação sexual na internet tiveram um aumento expressivo, conforme constatado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil. Foram registrados 324 ocorrências entre janeiro e agosto de 2023, ante 240 no mesmo período no ano anterior, uma diferença de 35%.
O delegado Humberto Mácola frisa que a confiança na Polícia Civil tem condicionado as mulheres vítimas a fazerem as denúncias. "Nós estamos percebendo que o criminoso acha que a internet é uma terra sem lei, e no caso da importunação sexual, que vitimiza tantas mulheres na sua maioria, a polícia civil tem se sensibilizado muito, (...) Ao mesmo tempo, há uma confiança na polícia civil na busca pela verdade desses criminosos, que estão importunando, abalando psicologicamente essas mulheres. As empresas privadas da internet, as plataformas têm se aprimorado em tanto prevenir como prevenir esse tipo de crime que tanto assola essas mulheres", disse.