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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu por incitação ao crime de estupro. A decisão, proferida pelo juiz Omar de Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, refere-se às declarações feitas pelo político contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em 2014. Na ocasião, Bolsonaro, que também era deputado federal, afirmou que a parlamentar não merecia ser estuprada por ser "muito feia".

Inicialmente, o caso havia sido enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que Bolsonaro, além de incitar a prática de estupro, ofendeu a honra da deputada federal. As acusações, no entanto, foram suspensas em 2019, logo após o político assumir a presidência da República. Com o fim do mandato e do foro privilegiado, neste ano, o caso voltou à Justiça, sendo julgado na primeira instância.

Pelas redes sociais, Maria do Rosário comentou sobre a decisão, afirmando que Bolsonaro "tem crime para responder". "A gente está há muito tempo lutando contra esse sujeito, porque os absurdos que ele já fez contra as mulheres, na vida política desse país, no período da pandemia, tanta coisa. Na verdade, ele já foi condenado por danos morais [pelo caso]. Teve que pagar indenização e a gente distribuiu para entidades que atuam na defesa dos direitos da mulher", escreveu a deputada.

Bolsonaro também comentou sobre o caso, criticando que a decisão da Justiça do Distrito Federal era uma perseguição. "A perseguição não para! Defendemos desde sempre punição mais severa para quem comete esse tipo de crime e justamente quem defende o criminoso agora vira a 'vítima'. Fui insultado, me defendo e mais uma vez a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política conhecida por todos", declarou.