Na mesa do nordestino, a farinha de mandioca é um ingrediente indispensável, uma herança culinária dos povos indígenas que descobriram o potencial da mandioca brava. A farinha pode ser polvilhada em diversos pratos, consumida junto a outras iguarias e usada em receitas tradicionais da região. Na feira livre de Picos, é possível encontrar uma grande variedade de farinhas, cada uma com suas particularidades.
Entre as opções disponíveis, destaca-se a farinha branca e fina, ideal para diversas receitas, incluindo o tradicional pirão, farofa e até mesmo bolos. Seu Domingos, um vendedor local de Picos, trabalha com produtos provenientes do interior do Piauí e do Maranhão. Ele explica que a farinha possui diversas cores, texturas e sabores, e todas têm saída nas vendas diárias. O feirante ressalta que a mandioca é um presente da natureza, e a farinha é um dos seus produtos mais versáteis.
Para a Boleira, Maria da Conceição, a farinha é presença constante em sua alimentação, seja em receitas específicas ou consumida in natura. A boleira utiliza, especialmente, na farofa e no pirão, ressaltando que a farinha dá um toque especial a esses pratos, tornando-os ainda mais saborosos.
Segundo a nutricionista Ana Rafaela, a farinha de mandioca oferece diversos benefícios à saúde quando consumida com moderação. Rica em carboidratos de médio índice glicêmico, o alimento fornece energia de forma equilibrada. Além disso, a farinha de mandioca é isenta de glúten, tornando-a uma opção viável para celíacos e aqueles que seguem dietas isentas dessa proteína. Ela também é rica em fibras, cálcio, potássio e ferro, minerais essenciais para a alimentação diária.
Além da farinha, a mandioca brava também é utilizada para produzir a puba, fundamental na confecção de bolos. A goma fresca e seca, obtidas a partir da mandioca, podem resultar em pratos tradicionais como a tapioca ou beiju, roscas e biscoitos. A farinha de mandioca é versátil e pode ser consumida de várias formas, atendendo aos gostos e tradições de diferentes regiões do Nordeste.