Serviço penitenciário disse que o político 'se sentiu mal' depois de uma caminhada e 'perdeu a consciência quase imediatamente'

Alexei Navalny, principal opositor político do presidente da Rússia, Vladimir Putin, está morto. Segundo a agência de notícias Reuters, a informação foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo serviço penitenciário da região de Yamalo-Nenets, no Ártico, onde ele cumpria pena. 

Em comunicado publicado no seu site, o Serviço Penitenciário Federal do Distrito Autônomo de Yamalo-Nenets afirmou que Navalny “se sentiu mal” depois de uma caminhada nesta sexta-feira e “perdeu a consciência quase imediatamente”.

A nota diz ainda que a equipe médica foi chamada, mas não conseguiu ressuscitá-lo. A autoridade diz ainda que o motivo da morte estava sendo esclarecido. 

Em dezembro do ano passado, Navalny, de 47 anos, havia sido transferido de prisão, sendo levado a um local no Ártico.

Na ocasião, aliados do líder da oposição afirmavam que ele entraria em uma colônia penal de "regime especial", o grau mais severo no sistema prisional russo. Naquela época, já havia preocupações sobre o desaparecimento de Alexei Navalny por alguns dias.

A última aparição dele foi no mês passado, quando compareceu perante um juiz do Supremo Tribunal para defender o direito a intervalos mais longos para refeições e acesso a mais livros na prisão.

 

 

Colônia penal IK-3, no Ártico, onde líder da oposição estava detido

REUTERS/LONGARINA/FOTO DE ARQUIVO - 23.12.2023

Navalny, um ex-advogado que ganhou destaque ao satirizar a elite do presidente Vladimir Putin e alegar grande corrupção, foi condenado em agosto do ano passado a mais 19 anos de prisão, além dos 11 anos e meio que já cumpria.

Em agosto de 2020, Navalny ficou em coma em um hospital na Sibéria após beber uma xícara de chá em um voo doméstico na Rússia.

Ele chegou a ser transferido para o Hospital Charité, em Berlim (Alemanha), onde permaneceu em tratamento até meados de setembro do mesmo ano.

Posteriormente, autoridades alemãs confirmaram que o político foi envenenado com o agente nervoso Novichock. Ele retornou à Rússia em janeiro de 2021 e foi detido ainda no aeroporto, em Moscou.