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Por Bárbara Rodrigues e Tiago Melo
Um dos presos na operação realizada no último sábado (6) em Pedro II está um sargento policial militar que é suspeito de repassar informações para membros de uma facção criminosa na cidade e de fazer a segurança do líder da organização. A informação foi revelada nesta quarta-feira (10) pelo delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A Polícia Militar informou que o sargento passará por um procedimento administrativo e que esse tipo de atitude não será aceita na corporação.
A operação ocorrida no dia 6 de abril prendeu sete pessoas envolvidas com uma organização criminosa, entre os presos estava o líder de uma célula da facção que tinha uma residência de luxo, com piscina e banheira de hidromassagem. Durante a ação, foi encontrada com esse suspeito apontado como líder, a arma de policial militar do Piauí que tinha sido furtada.
Agora foi revelado que entre os presos estava um PM. Segundo o delegado Charles Pessoa, ocorreu uma integração com o setor de inteligência da Polícia Militar para que a prisão fosse realizada.
“Nós conseguimos, no decorrer dessa investigação, identificar um vínculo desse servidor público com esse grupo criminoso. Em razão disso, foi representado a princípio um mandado de busca e apreensão. No cumprimento, nós identificamos que ele estava de posse de um veículo e uma motocicleta com sinais de adulteração. Foi conduzido até a delegacia, foi autuado em flagrante de delito pelo crime de adulteração. Esse flagrante foi homologado pelo Poder Judiciário e foi convertido em prisão preventiva. Ele está preso, preventivamente por essa situação, mas também é investigado no inquérito principal por esse vínculo com essa organização criminosa”, informou o delegado.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Ele é suspeito de repassar informações privilegiadas para os membros de uma facção. Segundo Charles Pessoa, em algumas ocasiões o sargento fazia a segurança do líder.
“Ele utilizava, do fato dele ser policial militar, que tinha informações da Segurança Pública, e ele alimentava esse grupo criminoso com essas informações, além de dar também um suporte ali, fazendo às vezes a segurança do principal líder da organização criminosa. Então, isso realmente demonstra, um vínculo muito grande desse servidor público com esse grupo criminoso e eu tenho certeza que ele será responsabilizado por esses crimes”, informou.
Charles Pessoa destacou que esse foi um caso atípico, e que não representa os policiais militares.
“Volto a ressaltar, esse servidor não representa a instituição da Polícia Militar do Estado Piauí e essa operação só aconteceu em razão dessa integração. O próprio comandante-geral tinha conhecimento e determinou que a gente tomasse as medidas. A ação integrada com a instituição Polícia Militar e a inteligência da PM foi primordial. Inclusive, tanto alimentando o Draco com as informações, como participando diretamente da operação”, destacou.
Ao ser questionado sobre o envolvimento do sargento em outros crimes, como homicídios, o delegado disse que a investigação continua. “É um pouco prematuro a gente trazer o envolvimento dele com homicídios, mas a gente vai com certeza aprofundar muito as investigações e se a gente identificar, ele com certeza ele será indiciado e denunciado”, finalizou.
PM colabora com a investigação
O comandante do Comando de Policiamento do Litoral Meio Norte (CPLMN), coronel Erisvaldo Viana, afirmou que a PM atuou de forma integrada com a Polícia Civil, para a prisão do sargento e que esse tipo de atitude não será admitida na corporação.
“De pronto a Polícia Militar, juntamente com sua corregedoria e a Draco, sob a chefia do delegado Charles, foram até a cidade e prenderam em flagrante delito um policial militar que estava em sua residência com uma motocicleta com chassi adulterado. De tal maneira que o comando-geral não admite e não evitará esforços no sentido de que quem estiver com qualquer desvio de conduta na corporação responderá na medida de sua culpabilidade”, afirmou o comandante.
Ele explicou que o sargento irá passar por um processo administrativo para apurar a participação na facção criminosa em Pedro II.“Identificada a participação e desvio de conduta desse policial militar, a corregedoria através de determinação do comandante-geral, abrirá um procedimento administrativo para apurar realmente a participação desse policial militar junto no cometimento de crimes”, explicou.
O comandante destacou que a polícia seguirá com a investigação. “As informações relevantes da participação desse policial militar ficará a cargo da investigação da Polícia Civil. Porque nós não podemos, inclusive, repassar essas informações para não atrapalhar as investigações que estarão em curso”, finalizou.