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Em 10 anos, Piauí tem aumento de empresas da construção civil; número de trabalhadores reduz
Piaui
Publicado em 30/05/2024

Foto: Divulgação Sinduscon

 

Por Roberto Araujo (com informações do IBGE)

O Piauí registrou, em 10 anos, um aumento de 55,6% no número de empresas da construção civil com cinco ou mais pessoas ocupadas atuando no estado. Em 2013, eram 457 empresas. Já em 2022, o número passou a ser 711, um incremento de 254 novas empresas no Piauí. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC).

Já o número de pessoas que trabalham no setor teve uma redução de cerca de 46,5%: em 37.722 empregados em 2023, que reduziu para 20.180 em 2022, uma redução de 17.542 trabalhadores.

Um comportamento equivalente foi observado na construção civil em nível nacional: eram 59.736 empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas em 2013 no Brasil, número que subiu para 64.842 em 2022, um aumento de 8,54%, com um incremento de 5.106 empresas. Contudo, houve diminuição de 24,5% no número de trabalhadores, que eram 2.773.953 em 2013 e chegaram a 2.095.055 em 2022, queda de 678.898 pessoas ocupadas no setor. 

No Piauí, em 2022, registrou-se uma média de 28 pessoas ocupadas por empresa da construção civil, indicador inferior ao observado no Brasil, que foi de 32 empregados por empresa.

O pessoal ocupado na indústria da construção no Piauí em 2022 representava cerca de 1% do total de pessoas ocupadas no setor no Brasil, com a sétima menor proporção entre os estados. Por sua vez, São Paulo possuía a maior proporção dos empregados ocupados na construção no país, com 27,1%, seguido de Minas Gerais, com 13,1%. Os estados com as menores proporções foram Roraima e o Amapá, ambos com 0,2%.

 

Fonte: IBGE, Pesquisa Anual da Indústria da Construção, 2013/2022

No Nordeste, construção civil do Piauí tem crescimento de 65% em participação

O Piauí produziu R$ 4,6 bilhões em incorporações, obras e serviços da construção em 2022, o que equivale a 6,3% do total gerado no Nordeste (R$ 72,6 bilhões), sexta maior participação dentre os nove estados da região. A participação da construção civil do Piauí em relação ao total do Nordeste aumentou em 65% na comparação com a do ano de 2013, quando foi de 3,8% e ocupava a última colocação na participação regional. Nesse período de 10 anos a participação do Piauí aumentou e em 2022 superou a dos estados da Paraíba (6,0%), de Alagoas (5,9%) e de Sergipe (2,8%). A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE considera apenas a produção das empresas com cinco ou mais empregados. 

Na comparação entre todos os estados do Brasil, em 2022 o Piauí ocupava a 19ª posição em termos de participação do valor da construção civil, com 1,2% do valor total produzido no país (R$ 396,1 bilhões). São Paulo foi o estado com maior participação relativa no país, com R$ 108 bilhões de reais, o que equivale a 27,3% do total, seguido do Rio de Janeiro, com R$ 27,8 bilhões, e uma participação de 7% do total do país. A menor participação foi do Acre, com uma produção no valor de R$ 827,1 milhões, o que representava 0,2% do valor total do país.

Em termos de participação no valor da construção civil no contexto das Grandes Regiões do país, no período de 2013 a 2022 duas delas aumentaram sua participação: a região Sul, que passou de 12,2% para 16,7%, e a região Centro-Oeste, que passou de 9,1% para 9,5%. As demais regiões do país perderam participação relativa, com a região Sudeste passando de 52,3% para 49,5%, a região Nordeste passando de 19,4% para 18,3%, e a região Norte passando de 7,0% para 6,1%. 

Fonte: IBGE, Pesquisa Anual da Indústria da Construção, 2013/2022

Obras de infraestrutura representam quase 60% do valor total investido na construção civil no Piauí 

A partir do ano de 2020, início do período da pandemia da Covid 19, a participação dos investimentos em obras de infraestrutura passaram a ter predominância na construção civil no Piauí. Em 2022, a participação das obras de infraestrutura chegou a representar 58,4% do valor total de incorporações, obras e/ou serviços de construção no estado, maior valor da série histórica de 2007 a 2022. Por sua vez, o menor valor de participação na série histórica foi no ano de 2013, quando representou 26,9% do total dos investimentos em construção civil no estado.

As obras de infraestrutura englobam os investimentos em construção de rodovias, ferrovias, energia elétrica, telecomunicações, água e esgoto, dentre outros serviços. São informações da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE. De 2020 a 2022, reduziu a participação dos investimentos em construção de edifícios ou incorporação de empreendimentos imobiliários, passando a representar a segunda maior participação dentre o total investido na construção civil no Piauí. Em 2022, o investimento na construção de edifícios representou 31,7% do total de incorporações, obras e/ou serviços de construção no estado, representando também o menor valor da série histórica de 2007 a 2022.

Por sua vez, a maior participação da construção de edifícios na série histórica havia sido no ano de 2013, quando chegou a 63,3% do total da construção civil no estado. A menor participação em termos de investimento na construção civil no Piauí cabe aos serviços especializados para a construção, com 9,9% do total em 2022, envolvendo atividades como a demolição e preparação de terreno, obras de acabamento, instalações elétricas, hidráulicas dentre outras. Na série histórica de 2007 a 2022, a maior participação relativa dos serviços especializados para a construção em relação ao total investido na construção civil no estado havia sido no ano de 2008, com 12,2%, e a menor participação relativa foi a registrada em 2016, com 4,2%. 

Foto: Reprodução

Aumenta o salário médio pago aos trabalhadores da indústria da construção civil no Piauí

Nos últimos 10 anos, o salário médio pago aos trabalhadores da construção civil no Piauí apresentou um incremento de 20%. Em 2013, a quantia média paga mensalmente aos empregados da indústria da construção equivalia a 1,5 salário mínimo, valor que subiu para 1,8 salário mínimo em 2022. No Brasil, percebeu-se um movimento em sentido contrário, com uma redução da média salarial. No país, os trabalhadores do setor recebiam uma média de 2,7 salários mínimos em 2013, enquanto em 2022 essa média passou para 2,2 salários mínimos, redução de 18,5%.

Por sua vez o valor despendido em salários, retiradas e outras remunerações pelas empresas da construção no Piauí foi de R$ 580,9 milhões em 2022, cerca de 18,4% a mais do que o montante gasto em 2013, que foi de R$ 490,5 milhões. No Brasil, em 2022, o valor destinado aos salários, retiradas e outras remunerações foi 13,1% superior ao valor despendido em 2013. Foram R$ 74,1 bilhões em 2022, contra R$ 65,5 bilhões em 2013.

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