Com a aproximação das férias, muitas famílias se organizam para viajar. É nesse momento que criminosos entram em cena para aplicar uma fraude já conhecido pela polícia: o chamado "golpe da hospedagem".
As férias do médico Weslley para Barra Grande, litoral do Piauí, foram devidamente planejadas. Para reservar o hotel, ele buscou o perfil da empresa no Instagram.
"Sempre que a gente coloca o nome, aparece vários e vai olhando. Se tem pouco seguidor, você meio que descarta. O primeiro que olhei foi o primeiro que apareceu", conta Weslley Renan Mendes.
A página escolhida tinha 65 mil seguidores, mais do que todos os outros perfis, mas se tratava de um golpe.
Weslley clicou no link para atendimento e foi encaminhado para o WhatsApp, fez o pagamento e chegou a receber uma confirmação da reserva por e-mail. Ele só se deu conta que havia caído nas mãos de criminosos quando ligou para o hotel.
Danilo Araújo, dono do resort, conta que há mais de dois anos tenta derrubar os perfis falsos na rede social. Já foram dezenas de boletins de ocorrência.
"Só esse ano, a gente já passou de 30 vítimas. Dentro da própria plataforma do Instagram, a gente denunciou esses perfis, e a gente vinha até num trabalho anterior pedindo para o Instagram passar um selo de verificação da nossa página, e a gente não conseguiu nenhum dos dois", conta Danilo.
Em 2023, brasileiros perderam mais de R$ 1 bilhão em golpes digitais no ano passado, 12% a mais que em 2022. A estimativa está em uma pesquisa feita por uma das maiores plataformas de compra e venda online.
O setor de viagens é um dos que estão na mira dos golpistas. Com a proximidade das férias de julho, é preciso redobrar a atenção. A primeira dica é buscar o site oficial em plataformas como o Google, e também ligar para as agências ou hotéis.
"Mesmo que você veja uma promoção, mesmo que você receba uma promoção, faça de maneira proativa: você entre, digite o endereço. Nunca use o seu cartão físico, todas as operadoras de cartão de crédito oferecem no aplicativo que você gere um cartão de crédito virtual que vale só para aquela transação", diz Roberto Rebouças, especialista em segurança de dados.