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Após fake news, transações via Pix caem quase R$ 170 milhões
Brasil
Publicado em 15/01/2025

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

 

Desde que o governo Lula (PT) divulgou que a Receita Federal passará a monitorar movimentações de Pix acima de R$ 5 mil por mês, uma enxurrada de fake news tomou conta de redes sociais e aplicativos de mensagens. A falsa ideia de que o Executivo taxaria as transações fez com que os brasileiros ficassem com receio de utilizar o meio de pagamento instantâneo. O temor já mostra consequências: de 4 de janeiro (dia seguinte à divulgação da nova diretriz) a 14 de janeiro de 2025, o valor de transações caiu quase R$ 170 milhões, se comparado ao mesmo período do mês anterior.

De 4 a 14 de dezembro de 2024, foram feitas 2,17 bilhões de operações via Pix em todo o país. O valor dessas transações foi de R$ 895.995.093,42. Já no mesmo período deste mês, foram 1,85 bilhão de operações, com o valor total de R$ 726.784.153,64 – uma queda de 18,8% no montante. Os dados são do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central do Brasil.

O motivo para essa diferença está na dúvida dos brasileiros quanto à nova Instrução Normativa RFB nº 2.219/24, que altera obrigações para instituições financeiras, bancos digitais e aplicativos de pagamento. Essas empresas, agora, terão que informar alguns dados à Receita Federal.

A nova diretriz estabelece que o monitoramento das movimentações globais mensais, de pessoas físicas, serão feitos nos valores acima de R$ 5 mil. Já para empresas e pessoas jurídicas, o monitoramento se dá em valores acima de R$ 15 mil. Não haverá taxação nestes casos.

A principal fake news envolvendo o Pix é que as operações seriam taxadas pelo governo. Isso é mentira. A onda de notícias falsas começou com um vídeo deepfake do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que haveria uma taxa nas operações financeiras.

A Advocacia-Geral da União (AGU) reagiu e cobrou da Meta a exclusão do vídeo no Facebook e Instagram. Apesar da reação do governo, o vídeo se espalhou rapidamente em aplicativos de mensagem e no TikTok.

Campanha para desmentir fake news

Por conta disso, o novo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Sidônio Palmeira, se reunirá com o presidente Lula nesta quarta-feira (15) para discutir uma nova campanha publicitária para desmentir as fake news.

Segundo o SBT News apurou, todos os ministros deverão ser escalados para compartilhar em suas redes sociais peças contra as notícias falsas. O próprio presidente Lula deverá encabeçar os materiais produzidos pela Secom.

Nessa terça (14), Sidônio reagiu às mentiras e disse que quem propaga que o Pix será taxado tem uma atitude criminosa.

"Não tem absolutamente nenhuma mudança, não vai se cobrar nada. Isso [as notícias falsas] é uma atitude criminosa que estamos vivendo, causando sérias consequências para quem tem seu pequeno comércio", disse.

"Precisamos enfrentar a desinformação neste país. Esse é o grande mal da humanidade. E é isso que tem feito proliferar a extrema direita no mundo. Ela estava sumida desde o fim do nazifascismo, mas tem estado de volta. Não por causa das redes sociais, mas pela desinformação", completou.

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