O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de mandado de busca e apreensão durante operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), tem que usar tornozeleira eletrônica. A medida consta em uma ordem judicial expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Criada pela Lei nº 12.258/2010, a tornozeleira eletrônica permite que investigados e condenados cumpram pena fora da prisão, desde que sigam as condições impostas. O recurso também se aplica a casos de violência doméstica.
A Justiça autoriza o uso da tornozeleira eletrônica em diversas situações. Veja os principais casos:
Medida cautelar durante investigações criminais;
Prisão domiciliar em substituição ao regime fechado;
Saídas temporárias concedidas a presos em regime semiaberto;
Cumprimento de pena em regime domiciliar;
Monitoramento de agressores em medidas protetivas;
Portanto, trata-se de uma alternativa à prisão direta, com regras bem definidas.
Como funciona o monitoramento?
O dispositivo utiliza GPS e sinal de celular para rastrear a localização em tempo real.
As informações são enviadas para uma central de monitoramento, que funciona 24 horas por dia.
Além disso, o aparelho é resistente à água e possui bateria recarregável.
Caso alguém tente violá-lo, o sistema emite um alerta imediato às autoridades.
Essa tecnologia garante o acompanhamento contínuo, mesmo fora do sistema prisional.
Obrigações de quem usa a tornozeleira eletrônica
A pessoa monitorada deve seguir regras definidas pela Justiça. São elas:
Receber visitas técnicas e cumprir as orientações;
Manter o aparelho íntegro, sem remover, violar ou bloquear o sinal;
Garantir que a bateria esteja sempre carregada;
Respeitar as áreas e horários estabelecidos pelo juiz;
Manter distância da vítima nos casos de violência doméstica.
Dessa forma, o uso adequado evita punições e garante o cumprimento das medidas em liberdade.
Por quanto tempo usar a tornozeleira eletrônica?
O prazo varia de acordo com o tipo de medida aplicada:
Nas medidas cautelares, o recomendado é até 90 dias, podendo ser prorrogado.
Durante o cumprimento de pena, o uso pode seguir até o fim da condenação, com revisões periódicas.
Em medidas protetivas, o monitoramento continua enquanto existir risco à vítima.
Ou seja, o juiz avalia o contexto de cada caso antes de definir o tempo.
O que acontece se a pessoa descumprir as regras?
O descumprimento das condições leva a penalidades sérias:
A central de monitoramento envia um alerta automático ao juiz responsável;
O infrator pode perder benefícios, como a prisão domiciliar ou a saída temporária;
Em situações mais graves, há o retorno imediato à prisão;
O juiz também pode convocar audiências ou aplicar advertências antes de medidas mais duras.