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Governador pede a Lula medidas contra tarifaço que pode tirar R$ 233 mi do Piauí
Por Dulina Fernandes
Publicado em 06/08/2025 12:58
Geral

Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

Em encontro com o presidente Lula (PT) nesta terça-feira (5), o governador Rafael Fonteles (PT) defendeu que o Governo Federal mantenha negociações diplomáticas com os Estados Unidos e adote medidas emergenciais caso a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras seja mantida. Na oportunidade, o piauiense reforçou a necessidade de ações para proteger os empregos, além de uma política de abertura para novos parceiros comerciais para reduzir a dependência de alguns setores da economia brasileira em relação ao mercado norte-americano. 

De acordo com uma sondagem realizada pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o impacto para a economia do Piauí com o tarifaço de 50% pode superar os US$ 42 milhões em um ano, o equivalente a R$ 233 milhões considerando a cotação atual do dólar. O valor corresponde ao total exportado pelo estado aos Estados Unidos ao longo de 2024. No mesmo período, o estado importou mais de US$ 49 milhões (cerca de R$ 272 milhões), o que revela um déficit comercial na relação entre a economia piauiense e a estadunidense.

“Na pandemia, o Congresso Nacional flexibilizou os efeitos fiscais para essas medidas emergenciais de crédito, de compras governamentais. Acredito que esse será um caminho para afastar qualquer impacto fiscal dessas medidas que, necessariamente, terão que ser tomadas para impedir a perda de empregos das nossas empresas exportadoras. Esse trabalho, que já vem sendo feito pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo ministro [Carlos] Fávaro, pelo ministro [Geraldo] Alckmim, de abertura de novos mercados, é fundamental para a gente diminuir ainda mais a dependência das nossas exportações do mercado americano”, destacou Rafael Fonteles.

A fala aconteceu durante reunião convocada pelo presidente com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e membros do Consórcio Nordeste, já que a participação da região no total das exportações brasileiras ficou em 7,8% no segmento de médias e grandes empresas, 7,5% para microempresas e MEIs e 4% para empresas de pequeno porte no ano passado. Ao todo, 1.566 empresas nordestinas exportaram em 2024. Os dados são do relatório de Exportação e Importação por Porte Fiscal das Empresas, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

Mesmo diante do volume abaixo de outras regiões do país, o governador Rafael Fonteles demonstra preocupação porque o tarifaço, se efetivado, recairá sobre famílias e pequenas empresas.

“No Nordeste, eu cito o setor de frutas, pescado, açúcar, o mel no caso do Piauí, alguns minérios e o sal. São setores específicos que, na pauta exportadora, podem até ter um volume financeiro inferior, mas impactam muitas famílias e muitas pequenas empresas. Pedimos atenção especial a esses setores que afetam diretamente a economia do Nordeste”, disse.

Reunião do Consórcio Nordeste

O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, também conduziu na terça-feira, uma assembleia ordinária com os governadores nordestinos. A pauta do encontro contemplou temas como economia digital, a COP 30, prevista para acontecer no Pará, além do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.

Os estados nordestinos decidiram que vão apoiar e seguir integralmente as direções adotadas pelo Governo Federal, para minimizar os impactos das tarifas estabelecidas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A prioridade é proteger empregos e proteger as empresas exportadoras impactadas.

Os governadores aguardam o anúncio das ações em âmbito federal pela equipe do presidente Lula, para definirem estratégias em nível estadual. Setores de fruta, pescado, açúcar, sal, mel, ceras vegetais e pneus, são alguns dos mais prejudicados com a taxação do governo americano e devem ser contemplados com benefícios. 

Foto: Semcom

“A posição do Consórcio Nordeste e do Governo do Piauí, é apoiar e se alinhar totalmente às iniciativas do Governo Federal nessa temática” declarou Fonteles. 

Rafael disse ainda acreditar num possível acordo, que possa adiar o início do “tarifaço” ou ampliar a lista de exceções. No entanto, algumas estratégias de mitigação já estão sendo elaboradas.

“Quanto às compras governamentais para fazer estoques de produtos, o estado também poderá disponibilizar orçamento para compras do governo. Havendo crédito disponibilizado para as empresas, a nossa Badespi (Agência de Fomento do Piauí) também poderá ajudar, em menor proporção, sobretudo as micro e pequenas empresas exportadoras”, explicou Fonteles. 

A assembleia também discutiu a participação do Consórcio Nordeste na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30). O evento reunirá lideranças de todo o mundo, em Belém do Pará, no mês de novembro. 

Os governadores trataram ainda do projeto desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, do estudo sobre o potencial do Nordeste na economia digital. “O tema é muito relevante e está totalmente antenado com as vantagens competitivas da nossa região, sobretudo a energia renovável abundante” finalizou Rafael.

 

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