Foto: Webert Belecio / AgNews
Após 16 horas de velório na quadra do Império Serrano, o caixão com o corpo de Arlindo Cruz saiu em cortejo neste domingo (10), por volta das 9h30, em direção ao Cemitério Jardim da Saudade, onde o corpo do sambista será sepultado.
A despedida teve rituais do candomblé, religião de Arlindo e sua família — que pediu roupas claras para o velório. Como os sambistas das antigas, a cerimônia acontece em formato de gurufim.
Segundo Arlindinho, o velório aconteceu exatamente como o pai gostaria. "É a despedida do jeito que ele pediu. Quadra cheia, cerveja liberada pro povo, churrasco... Por mais difícil que fosse fazer isso tudo, não podia não fazer o que ele pediu", disse.
"Vamos comer, se divertir, lembrar dele com alegria e fazer essa alma encontrar luz quanto antes porque ele merece', completou Arlindinho, sambista e filho de Arlindo Cruz.
Em um dos momentos mais emocionantes, familiares -incluindo os filhos e a viúva, Babi Cruz- se posicionaram ao lado do caixão para cantar. Arlindinho tocou cavaquinho enquanto Maria Rita, amiga de longa data, interpretou "O que é o amor", clássico de Arlindo regravado pela artista. "O Meu Lugar" e "O Show Tem Que Continuar" também foram entoados a plenos pulmões pela quadra lotada.
Flora Cruz, muito abalada, consolou a mãe, Babi, que não teve condições de falar com a imprensa. Flora destacou a força da vontade de viver do pai.
"Tenho muito orgulho da minha família, da minha mãe, ela foi uma mulher incansável. Estivemos com ele, eu e ela, até o último momento, até a última respirada. Pedi pra ele descansar, confiar na espiritualidade que manteve ele até ali, porque era o momento. Na próxima vida, quero ser filha de novo", disse Flora.
Entre os amigos famosos, Zeca Pagodinho, Regina Casé, Thiago Martins, Erika Januza e Quitéria Chagas -rainha de bateria da agremiação- compareceram para prestar condolências. Em conversa com Splash, Quitéria lembrou o carinho de Arlindo. "Ele me chamava de eterna rainha de bateria. Era muito generoso."