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Quando as mulheres vão ser protagonistas nas empresas familiares?
Por Dulina Fernandes
Publicado em 28/08/2025 17:19
Brasil

Foto: Freepik

 

Embora cada vez mais mulheres estejam presentes em empresas familiares, sua participação nos cargos de liderança ainda está muito aquém do desejável. Alguns estudos contribuem para essa percepção de que a participação feminina na gestão e liderança dessas empresas ainda têm muito a crescer. De acordo com a Pesquisa de Empresas Familiares, realizada pela PWC, 25% dos brasileiros dizem não ter nenhuma mulher no conselho de suas empresas familiares.  

Para Susana Azevedo, coach, especialista em desenvolvimento profissional e mudanças organizacionais, e sócia-proprietária da Quantum Development, esse cenário reflete um espelho da desigualdade estrutural da sociedade. Segundo ela, a origem da disparidade está muitas vezes na própria fundação dessas empresas. “Frequentemente, a empresa familiar foi fundada por um homem, o dono, que mantém a visão mais antiquada de que homem trabalha na empresa e a mulher cuida da casa e da família”. 

A tendência de privilegiar filhos homens nas sucessões ainda é forte, mas começa a mostrar sinais de mudança. Susana Azevedo observa esse avanço com cautela, mas com otimismo: "Há sinais de mudança nos critérios para escolha de sucessores. Considerando que, atualmente, as mulheres têm investido com maior intensidade na formação acadêmica, muitas vezes superando os homens, elas passam a se destacar pelo conhecimento técnico e pelas competências em negócios, sendo, assim, convidadas a integrar a empresa".

Contudo, mesmo inseridas no negócio, as barreiras persistem. Para mulheres que almejam o comando de negócios familiares, os obstáculos são tanto externos quanto internos. “Os desafios principais são de duas naturezas: desafios associados à cultura tradicional de muitas empresas familiares e desafios associados às próprias mulheres, de se verem nos postos de alta liderança das empresas familiares, de terem confiança em si mesmas e buscarem se desenvolver e mostrar capacidade e protagonismo”, detalha.


Como promover uma sucessão mais equitativa 

Para mudar esse cenário, Susana defende práticas claras e profissionalização da gestão familiar. “É importante as empresas familiares pensarem e serem geridas de forma profissional, separando as relações familiares e pessoais das relações profissionais. Ter clareza do que a empresa necessita e como se organizar, definir uma governança adequada e sistema de conselho, consultivo ou formal, apoia a empresa familiar a tomar melhores decisões, nomeadamente sobre sucessão e familiares na gestão.”

Susana Azevedo conclui com um convite à visibilidade: “Temos cada vez mais exemplos de boas lideranças femininas nas empresas familiares. É importante buscar essas referências e partilhar as boas práticas e aprendizagens dessas mulheres que são protagonistas, sendo simultaneamente mulheres, esposas e mães, frequentemente.”

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