O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consórcio Nordeste e coordenador da temática Estratégia para a vacina contra a Covid-19 do Fórum de Governadores do Brasil, afirmou que a vacina russa Sputnik V estará disponível para os estados brasileiros até o mês de agosto.
O contrato com o Fundo Soberano Russo prevê a entrega de 37 milhões de doses do imunizante para o Brasil. A quantidade de doses será restrita a 1% da população de cada um dos seis estados solicitantes: Piauí, Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco.
Governador do Piauí, Wellington Dias — Foto: Divulgação/Ccom
No Piauí, as doses da vacina Sputnik V devem ser usadas em uma experiência de vacinação em massa em um município do estado, segundo Wellington Dias. No vídeo, o governador explicou que será preciso fazer uma alteração no contrato de compra dos imunizantes relacionado a essas doses.
De acordo com Wellington Dias, uma reunião entre os governadores, Fundo Soberano Russo e Ministério da Saúde da Rússia deve acontecer nesta quinta-feira (9) para acertar o cronograma de entrega de vacinas.
"Está mantido o contrato para entrega de 37 milhões de doses e mais outros contratos existentes no Brasil, por exemplo, 10 milhões de doses para o Ministério da Saúde e também outros estados. E a garantia também de, nesse cronograma, termos a entrega dessas vacinas até o mês de agosto, para mais cedo garantir a imunização”, disse o governador.
Imagem de frascos da vacina Sputnik V . — Foto: Reprodução/Facebook/Embaixada da Rússia no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na última sexta-feira (4), com restrições, o pedido de importação excepcional das vacinas Sputnik V e Covaxin contra a Covid-19.
Em razão de "incertezas técnicas" presentes na documentação das vacinas Sputnik V e Covaxin, a Anvisa decidiu pela aprovação da importação, mas desde que sejam seguidos protocolos para uso controlado dos imunizantes.
Que vacina é essa? Sputnik V
Entre outros pontos, as condicionantes para a importação das duas vacinas são:
- Suspensão imediata das aplicações caso a Anvisa ou a Organização Mundial da Saúde (OMS) reprovem o uso emergencial da vacina em questão;
- Não utilização das vacinas em pessoas com hipersensibilidade a qualquer dos componentes da fórmula, gravidez, lactantes, menores de 18 anos ou maiores de 60 anos, mulheres em idade fértil que desejam engravidar nos próximos 12 meses, enfermidades graves ou não controladas e antecedentes de anafilaxia;
- Proibição de aplicação em pessoas que tenham recebido outra vacina contra a Covid-19, com febre, HIV, hepatite B ou C, que tenham se vacinado nas 4 semanas anteriores, tenham recebido imunoglobulinas ou hemoderivados 3 meses antes, tenham recebido tratamentos com imunossupressores, citotóxicos, quimioterapia ou radiação 36 meses, tenham recebido terapias com biológicos incluindo anticorpos anticitocinas e outros anticorpos;
- Importação de doses fabricadas em plantas inspecionadas pela Anvisa;
- Lotes importados devem ser aprovados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz;
- Bulas e rótulos devem ser disponibilizados em português;
- Comunicado claro de que o imunizante não tem avaliação da Anvisa quanto aos critérios de qualidade, eficácia e segurança.
Vencida toda a lista, ainda será exigido no caso da Sputnik V que seja feito um estudo de efetividade da vacina.
*Naftaly Nascimento, estagiária sob supervisão de Maria Romero.