A jogadora de futebol piauiense Kedma Laryssa, de 20 anos, desembarcou no início da tarde desta terça-feira
(8), no Aeroporto Senador Petrônio Portella, em Teresina, após um longo trajeto, de cinco dias, para sair da Ucrânia após a Rússia iniciar os ataques.
De volta à sua terra natal, a piauiense disse que agora a sensação é de alívio. Ela diz que quer só quer curtir a família, que mora no bairro Mafrense, na zona Norte de Teresina.
"Agora a minha sensação é de alívio, estou muito feliz por ter dado certo a viagem, ter voltado em paz. Lá a sensação era de medo, vivíamos dias incertos, não sabíamos quando iria ter uma explosão ou um bombardeio, mas agora eu voltei e só quero curtir a minha família", destacou
Kedma foi recebida pela mãe, amigos e familiares, que levaram faixas e cartazes ao saguão do aeroporto de Teresina.
A mãe de Kedma, Lúcia Santos, afirmou que agora só quer poder curtir a filha.
"Depois de um susto muito grande, ela finalmente está chegando em segurança. Muita gratidão a todos que oraram por ela. Agradeço a Deus por ela está chegando em paz. Quando tudo aconteceu, eu fiquei muito nervosa, mas a gente a todo momento tentava tranquilizar ela, para não se preocupar. Apesar desse momento de felicidade, ainda existem muitos brasileiros que estão lá, ucranianos, todos que estão lá. Muitas mães e pais em desespero e peço a Deus todos dias para dar paz a eles, como está acontecendo comigo, como o retorno da minha filha em segurança", disse a mãe da atleta.
Foto: Renato Andrade/cidadeverde.com
Kedma Laryssa disse que ainda não sabe para que time vai jogar. Antes de ir para a Ucrânia, ela atuou no Tiradentes.
"Sinceramente, eu ainda não pensei nisso, não sei como vai ser o meu futuro, mas espero que dê tudo certo", afirmou a jogadora.
Viagem longa
Na sexta-feira, Kedma Laryssa conseguiu sair de Kryvyi Rih após pegar um trem. Após 28h de viagem, ela chegou na manhã de sábado (5) na cidade de Lviv, que é uma cidade localizada no oeste da Ucrânia, onde se encontrou com representantes da embaixada brasileira.
Na noite de sábado ela finalmente conseguiu passar a fronteira que existe entre a Ucrânia e a Polônia. De lá ela pegou um avião comercial, que fez escala na Alemanha, até chegar no Brasil.
"A cidade onde eu estava só teve ataque no primeiro dia, que foi no dia 24. Eles disseram que iriam atingir só a parte militar e eu morava ao lado de uma e ouvimos quatro explosões. Saímos correndo de lá e desde então não teve ataque na minha cidade, só ao redor", explicou.
Para voltar ao Brasil, um dos principais trechos foi de trem e só foi permitido uma mala. Por isso ela teve que deixar a maior parte das suas coisas no Brasil.
"Eu deixei tudo. Mala, chuteira, só peguei realmente o que dava para levar, e vou ter que começar dizendo, comprar material de trabalho novo", lamentou a jovem.