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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se desentenderam durante uma reunião sobre a reforma tributária realizada nesta quinta-feira (6) na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília. Enquanto o governador tentava convencer os parlamentares do partido a apoiar a matéria, Bolsonaro interrompeu o discurso dele e se posicionou contra a reforma.
"Se o PL estiver unido, não aprova nada", disse o ex-presidente, que em seguida foi aplaudido pelos políticos que estavam na reunião. O PL tem a maior bancada da Câmara, com 99 deputados.
Bolsonaro tem liderado o movimento contra a reforma tributária. Como justificativa, o ex-presidente tem alegado que a matéria não merece ser aprovada, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "diz ter orgulho de ser comunista, que na Venezuela impera a democracia, [e] é amigo de Ortega, que prende padres e expulsa freiras".
"Esse partido não se preocupa com povo e com a família, não respeita a propriedade privada, defende bandidos, desarma o cidadão de bem. Apenas deseja o poder absoluto a qualquer preço. Não podemos apoiá-los em nada. Nos roubar a liberdade e nos escravizar é sua meta", disse Bolsonaro em uma nota divulgada na quarta-feira (5).
Na reunião desta quinta, Tarcísio foi vaiado por alguns políticos do PL. Ele disse que o partido não pode abrir mão de se posicionar a favor da reforma. "O que eu estou querendo explicar com a maior humildade do mundo é que eu acho arriscado para a direita abrir mão da reforma tributária", disse.
"Acho que a direita não pode perder a narrativa de ser favorável à reforma tributária, porque senão a reforma tributária acaba sendo aprovada, e quem aprovou? A grande intenção é construir um bom texto", completou o governador de São Paulo
O Republicanos decidiu apoiar a proposta da reforma tributária. No entanto, a legenda condicionou o apoio a alterações no texto. Tarcísio de Freitas encabeça uma tentativa de costurar um acordo político para mudar trechos do projeto que ele considera desvantajosos para estados e municípios.