IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS
Caminhões carregados com ajuda humanitária começaram a entrar na Faixa de Gaza vindos do Egito, pela passagem fronteiriça de Rafah, disseram neste sábado (21) à AFP uma fonte de segurança e um funcionário da Cruz Vermelha egípcia.
A televisão estatal egípcia mostrou imagens de vários caminhões atravessando o portão deste posto fronteiriço, no 15º dia de guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Caminhões com toneladas de ajuda humanitária aguardavam havia dias para serem autorizados a entrar no território sitiado, com cerca de 2,4 milhões de habitantes, privados de água, eletricidade e combustível.
No total, 20 caminhões da Cruz Vermelha, responsável pelo transporte da ajuda de várias agências da ONU, entraram no terminal egípcio, confirmou um correspondente da AFP.
O vice-diretor do escritório da agência humanitária das Nações Unidas nos territórios palestinos, Andrea de Domenico, disse à Agência EFE, no entanto, que essa ajuda não será suficiente para os palestinos em Gaza. Segundo ele, há negociações entre as partes envolvidas para tornar a entrega de ajuda "sustentável" ao longo do tempo.
Do lado palestino, um jornalista da AFP viu 36 caminhões vazios entrarem no terminal, em direção ao Egito, para serem carregados. Do lado egípcio de Rafah, voluntários contaram à EFE que nenhuma ambulância ou caminhão de combustível entrou, e que a ajuda é fornecida pelo Crescente Vermelho egípcio e pelas ONGs que fazem parte da coalizão governamental Aliança Nacional para o Desenvolvimento Civil.
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na quarta-feira (18) um acordo com o Egito para permitir um primeiro comboio de até 20 caminhões carregados com remédios, alimentos e água.
A passagem de Rafah, no sul de Gaza e na fronteira com o Egito, é a única saída para o exterior da Faixa de Gaza sem ser para Israel. Essa passagem está fechada desde o início da campanha de bombardeios de Israel em represália ao ataque dos terroristas do Hamas ao país, no último dia 7.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, “esses caminhões não são apenas caminhões, são salva-vidas, [que] fazem a diferença na vida ou na morte”.
Resumo da guerra
A guerra entre Israel e os terroristas do Hamas, desencadeada em 7 de outubro, termina a segunda semana com um total de 5.537 mortos, segundo dados divulgados por cada um dos lados do confronto.
Em Israel, 1.400 pessoas foram assassinadas durante o ataque-surpresa promovido pelos extremistas islâmicos no último dia 7. Já o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que 4.137 pessoas morreram em decorrência do confronto.
* Com informações da AFP e da EFE
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