Região de Maceió interditada pelo risco de o solo ceder
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO -
Desde 2018, a empresa já foi autuada 20 vezes; a B3 excluiu a companhia do Índice de Sustentabilidade Empresarial
O IMA-AL (Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas) autuou a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, por danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da mina 18, na região do Mutange, em Maceió. Conforme divulgou o instituto nesta terça-feira (5), desde 2018 a empresa já foi autuada 20 vezes pelo órgão.
O IMA-AL informou que a primeira multa, no valor de R$ 70.274.316,34, se deve à degradação ambiental decorrente de atividades que, direta ou indiretamente, afetam a segurança e o bem-estar da população, “gerando condições desfavoráveis para as atividades sociais e econômicas”.
Um estudo do IMA já havia constatado dano ambiental na região da mina 18. A nova ocorrência de colapso, verificada in loco, foi caracterizada como reincidência.
“Além dessa autuação, a Braskem vai responder também pela omissão de informações sobre a obstrução da cavidade da mina 18, detectada no dia 7/11/2023, quando a empresa realizou o exame de sonar prévio para o início do seu preenchimento, em desconformidade com a Licença de Operação n° 2023.18011352030.Exp.Lon. A multa é de R$ 2.027.143,92”, informou o instituto.
B3 exclui Braskem do Índice de Sustentabilidade Empresarial
A B3 informou nesta terça-feira que as ações da Braskem deixarão de integrar a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) a partir da próxima sexta (8), na medida em que a Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência que envolve uma mina da petroquímica.
A decisão tomada pela B3 considerou os quatro pilares divulgados no Plano de Resposta a Eventos ESG, instaurado pela companhia na última sexta-feira (1º): o impacto ESG da crise; a gestão da crise pela companhia; o impacto de imagem da crise na companhia; e a resposta da companhia à crise.
"Dessa forma, sua participação será redistribuída proporcionalmente aos demais ativos integrantes da carteira, e será efetuado o ajuste no redutor deste índice", afirmou a B3.
A B3 disse ainda que "a decisão não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto na metodologia do ISE B3, item 5.3, que estabelece a exclusão de ativos que 'durante a vigência da carteira se envolvam em incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3, conforme critérios estabelecidos na política de gestão de riscos do índice'".
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A mina 18 da petroquímica Braskem, localizada no bairro de Mutange, em Maceió (AL), pode colapsar a qualquer instante, de acordo com a Defesa Civil do município. A exploração de sal-gema pela empresa causou instabilidade no solo, que já cedeu 1,77 metro e afunda a uma velocidade de 0,25 cm por hora. Veja a seguir sete tópicos para entender o desastre ambiental em Maceió:
Reprodução / Record TV