PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
PUBLICIDADE
ARMAZÉM PARAIBA
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Suspeito de matar família envenenada pode ter feito outras vítimas, diz secretário Chico Lucas
Piaui
Publicado em 09/01/2025

O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, disse em entrevista à TV Cidade Verde na noite desta quarta-feira (8) que Francisco de Assis Pereira da Costa, preso suspeito de matar quatro pessoas da família em Parnaíba - dois enteados e duas crianças, filhas de uma das enteadas - pode ter feito outras vítimas.

De acordo com o chefe das forças de segurança, o suspeito provavelmente se trata de um serial killer e a polícia vai "avaliar" eventuais crimes passados que possam ter sido cometidos pelo homem. 

"A gente vai avaliar se alguns crimes no passado possam ter algum tipo de repercussão. A nossa diretriz com o delegado-geral Luccy Keiko e para todo os que estão conduzindo o caso é para expandir. Muito provavelmente a gente está diante de uma pessoa que é um serial killer, um psicopata, porque ele matou essas pessoas, e podem ter tido outras vítimas no passado, e a gente vai analisar com todo o mote de suspeita, mas o fato é que, por uma questão de ódio, dentro do ambiente familiar, uma pessoa oferece para uma criança um alimento, gozando da confiança de uma criança que não tem condições, como é que esse crime tem que ser respondido, como é que a sociedade e o estado tem que responder? Com o encarceramento", disse.

Foto: Reprodução

Francisco de Assis é suspeito de envenenar a família

Os investigadores apontaram que Francisco de Assis tinha uma relação tumultuada com Francisca Maria, uma das enteadas que morreu, e que ele teria colocado um inseticida no arroz que foi consumido pela família no almoço do dia 1º de janeiro. Além de Francisca Maria, morreram o irmão dela, Manoel Leandro, e os filhos Igno Davi, de 1 ano, e Lauane da Silva, de 3 anos.

No total, nove pessoas almoçaram na casa - o suspeito do crime (que disse que não comeu o arroz), uma irmã, uma amiga da família e o filho dessa amiga também chegaram a ser internados, mas tiveram alta. Uma criança de três anos, filha de Francisca Maria, segue internada em estado grave no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). 

Francisca Maria já havia perdido dois filhos em 2024 também por envenenamento. Dois meninos, Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, morreram após comerem cajus que teriam sido dados por uma vizinha. A investigação encontrou chumbinho no estômago das crianças e concluiu que ela foi a autora do crime. A mulher está presa desde então.

O secretário disse que, por conta das semelhanças entre os dois casos, está sendo feita uma apuração para identificar uma possível ligação. Ele disse que acredita que a investigação do crime à época foi feita de forma correta e, de fato, a vizinha foi a autora do crime. No entanto, ele citou que, caso seja perecebido que houve erro na investigação, o estado "vai admitir e fazer correções". 

"Estamos dentro de um contexto familiar. Se você levanta dúvidas, se todo mundo questiona isso, a Polícia Civil também está analisando essa possibilidade, mas o primeiro inquérito foi concluído e foi oferecida uma denúncia tendo por base elementos que chegaram à conclusão de que aquela senhora tinha envenenado. Se a gente chegar à conclusão de que houve erro, se chegar a conclusão, a gente vai admitir. O estado não é infalível, se errar, a gente vai admitir e fazer as correções. Mas eu não acredito que tenha havido erro, a condução está sendo sempre com muita serenidade", relatou.

Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com

Secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas

Laboratório do IML permitiu celeridade, diz secretário

O secretário também pontuou na entrevista que a sede do Instituto de Medicina Legal (IML) passou por uma reforma e reestruturação e que, com o laboratório de toxicologia com uma estrutura adequada, foi permitida fazer uma análise célere das substâncias tóxicas. De acordo com Chico Lucas, anteriormente, os itens seriam analisados em outro estado.

"A gente tem hoje uma estrutura, o IML foi reformado e temos um laboratório de toxicologia que é certificado até internacionalmente. Isso fez a gente ter uma resposta que antes a gente teria que mandar para outro estado, e foi feita rapidamente. Então a gente conseguiu identificar que era um chumbinho na comida e encontrado nos estômagos das vítima, isso tudo mostrou que o investimento em tecnologia traz respostas inclusive num crime como esse odiento", pontuou.

Suspeito chegou a levar caixão de vítimas e se declarou inocente

Francisco de Assis Pereira da Costa se declarou inocente após ser preso. Ele chegou a carregar o caixão das vítimas. Ao ser conduzido à delegacia, o suspeito disse: “Deus vai mostrar o culpado”. 

A investigação apontou, ainda, que Francisco de Assis tinha um baú fechado com material sobre nazismo e fascismo.

Segundo o delegado Abimael Silva, o acusado prestou depoimentos contraditários. A investigação citou que ficou provado que o padrasto orientou a requentar o arroz e teve acesso à panela. Em seu depoimento, no entanto, ele nega.

De acordo com o delegado, o padrasto tinha desprezos pelos enteados e atribuía a eles como “preguiçosos” e “sem higiene”. O suspeito vai responder por dois feminicídios, dois homicídios qualificados e quatro tentativas de homicídios. 

Comentários