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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, contou, em delação premiada, que o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filhos do ex-presidfente, discordavam sobre o plano de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República.
O senador era contra a ideia de golpe, enquanto Eduardo fazia parte de um grupo mais radical, que defendia a tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder. A esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro, também estava entre os mais radicais.
As informações vieram à tona após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes quebrar, nesta quarta-feira (19), o sigilo da delação premiada de Mauro Cid no inquérito sobre o plano.
De acordo com Cid, Flávio pertencia a um grupo que defendia que o resultado da eleição fosse respeitado e aconselhava Bolsonaro a se consolidar como líder da oposição.
Na terça-feira (18), Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo.
Opiniões divididas
O grupo mais "radical" era subdividido em dois: "menos radical", que tentava achar indícios de fraude nas urnas eletrônicas para contestar o resultado da eleição, e “mais radical”, que defendia a ideia de um golpe de Estado por meio de um decreto. Eduardo estaria entre os mais radicais, segundo Mauro Cid. Ele citou outros nomes que estariam divididos dentro do plano.
O grupo a favor do golpe acreditava que Bolsonaro teria apoio do povo e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) caso quisesse continuar na Presidência.