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A alta de 65% no valor do azeite no Brasil, nos últimos dois anos, tem assustado os consumidores. A produção brasileira de produto é pequena, e o país depende da importação, o que faz os preços dispararem.
"A produção vem de fora do Brasil, sofreu demais com efeitos sazonais, clima, e a oferta de azeite se reduziu. Esse produto sendo importado, ele chega aqui no Brasil sendo cotado em dólar. Então, o preço lá fora aumenta e, quando chega aqui, a taxa de câmbio faz esse preço ficar ainda maior", explica a economista Juliana Inhasz.
Diante dos preços impraticáveis, consumidores têm optado por alternativas mais baratas, como o óleo misto. "Na verdade, o que eu tô pegando é o óleo misto, não é azeite cem por cento", explica o administrador Ermínio Magalhães à reportagem do SBT Brasil.
Outra opção encontrada no mercado é o óleo de bagaço de oliva, que custa, em média, R$ 40 por meio litro, enquanto a mesma quantidade de azeite extravirgem pode chegar a R$ 62.
A professora de nutrição Priscila Sala, do Centro Universitário São Camilo, explica que esse óleo é resultado da prensagem das azeitonas e passa por processos químicos para extração. "Por conta desse processo, ele tem uma qualidade inferior", afirma.
O óleo de bagaço de oliva pode ser confundido visualmente com um azeite extravirgem. No entanto, além de não ser puro, contém um ingrediente prejudicial à saúde.
O aumento dos preços também tem levado a mudanças em outros produtos do dia a dia, como o café. "O café fake que tava tendo no comércio aí, né? Gosto de café, sabor de café, mas é torrado em milho, soja, uns negócios meio doidos, então é só o sabor que é de café", conta Ermínio.
Diante dos altos preços, para muitos consumidores, só resta abandonar o velho, bom e saudável azeite.