Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta quarta-feira (12), os professores Antenor Fortes, de Biologia, e Dhiancarlo Ribeiro, de Matemática, do Colégio Madre Savina, compartilharam orientações e estratégias para os candidatos que vão fazer o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece neste domingo (16).

Estratégias para gerenciar o tempo e identificar questões

O professor Dhiancarlo Ribeiro destacou que o primeiro passo para um bom desempenho é fazer uma leitura estratégica da prova.

“O que o aluno deve fazer é primeiro analisar a prova, fazer um mapeamento das questões fáceis, médias e difíceis. Costumamos dizer em sala de aula que as questões fáceis nós devemos acertar, as médias nós não podemos errar e as difíceis nós vamos mapeando elas para depois, de acordo com o tempo da prova”, orientou.

Biologia: ecologia, citologia e fisiologia humana 

Para o professor Antenor Fortes, o tema de ecologia é um dos mais recorrentes no Enem.

“Ecologia é carro-chefe para o Enem, em especial cadeia alimentar e desequilíbrios ecológicos. Corredores ecológicos são muito esperados, assim como branqueamento dos corais, porque sempre temos questões falando sobre o efeito estufa associado ao aquecimento global”, explicou.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

O professor também destacou conteúdos de citologia que costumam ser abordados.

“Na citologia, nós sempre temos questões no Enem falando sobre o câncer. E o que é o câncer? É quando há erro no material genético e esse erro não é percebido pelos pontos de checagem, então a célula começa a se dividir de forma irregular e forma o tumor. Qual a pergunta do Enem? É como parar o crescimento do tumor. Eu posso usar uma radioterapia ou uma quimioterapia e, nessa quimioterapia, que é o foco da questão, eu vou bloquear as fibras do fuso mitótico para evitar que a célula se divida. E quem forma as fibras do fuso? São os microtúbulos. Então essa é uma questão muito esperada de citologia para o Enem”, detalhou.

Antenor também acredita que temas atuais podem aparecer em fisiologia humana, especialmente ligados ao uso de medicamentos para emagrecimento.

“Na fisiologia humana, é esperar o tema de canetas emagrecedoras. Essas canetas retardam o fluxo digestivo, fazendo com que a digestão fique mais lenta, e você tem que se atentar às regiões onde ocorre a digestão, no estômago, intestino e boca, qual o pH de cada região e o que é digerido em cada uma delas. Lembre-se também que essas canetas aumentam a produção de insulina. Então, mais insulina no corpo, qual é a ação? Vai reduzir a taxa de glicose, e o indivíduo pode apresentar uma hipoglicemia, que é um dos efeitos colaterais de quem usa essas canetas com o objetivo de emagrecer”, explicou o professor.

Matemática básica, geometria plana e estatística 

Para o professor Dhiancarlo Ribeiro, a matemática básica representa uma parte fundamental da prova. Ele destaca que a disciplina exige não apenas domínio dos conteúdos, mas também interpretação textual e raciocínio lógico. 

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

“Matemática básica é um assunto que corresponde praticamente a 35% da prova e, dentro dela, existe a parte de razão, proporção, as proporcionalidades das grandezas inversas e diretamente proporcionais, os cálculos mentais, a interpretação textual, que é muito forte na prova, e também os raciocínios lógicos”, destacou.

O professor observa que o aluno também deve revisar os principais conceitos de geometria plana e espacial, já que são temas tradicionais no exame. 

“Na parte de geometria plana, o aluno tem que ter conhecimento das formas de figuras planas, que são as áreas, e das formas de figuras espaciais, que são os volumes, e assim por diante”, explicou.

Ribeiro reforça que as questões de estatística costumam ser mais diretas, o que permite ao candidato ganhar tempo para resolver as perguntas de maior complexidade.

“Estatística é aquela questão onde o aluno vai ter que acertar, e ele deve minimizar o seu tempo para que possa, nas questões mais complicadas, perder um pouco de tempo ou ter um tempo a mais para raciocinar”, completou.