Nova parceria de Guel arraes e Jorge Furtado. Você realmente percebeu a capa? Acervo
São mais de 30 anos trabalhando juntos e outra vez recebemos o resultado desse trabalho em mais uma novidade: Guel Arraes e Jorge Furtado lançam “O Debate”.
Nascido como peça e que virou livro, o enredo tem como cenário uma estação de TV em que trabalham Marcos e Paula, responsáveis por um debate entre Lula e Bolsonaro. Ele é editor do telejornal e ela apresentadora do mesmo programa. Através dos personagens, os autores discutem o debate, eleições, posições políticas, suas ideias e suas paixões.
Se você tem familiaridade com o trabalho dos dois, sabe que vai encontrar diálogos afiados e situações de comédia e drama da vida privada de todo santo dia. Eles são precisos nessa construção. Preciosos também.
Jorge Furtado e Guel Arraes. Longa harmonia artística. Fonte: Divulgação TV Globo
Sobre o trabalho da dupla, Furtado relata que “parceria se deu por uma afinidade de vida” e tudo faz sentido ao experimentar a harmonia dos dois em seus trabalhos em dupla.
Basta assistir ou lembrar alguns de seus momentos como “Lisbela e o Prisioneiro”, “O Coronel e o Lobisomem” e a adaptação da maior comédia escrita no Brasil, “O Auto da Compadecida”, o clássico Suassuna.
Vi recente entrevista dos dois (Roda Viva) e senti as diferenças entre eles. Diferenças que denunciam o sucesso da parceria: Arraes é mente e Furtado é coração.
Guel observa o mundo com algo que me parece ser dom natural. Devagar e prudente. Furtado é um nerd que devora cinema, séries e novidades. Veloz e imprevisível.
Férias, Frank Jorge, desencontros, amor e Roza com 'z'. Meu preferido do Jorge Furtado: "Houve Uma Vez Dois Verões". Cartaz: Divulgação
Os autores já declararam que O Debate pode virar filme e/ou peça. Acho mais provável que vire filme – o nome dos dois é chamariz de sucesso - e eventualmente vire um espetáculo teatral, pela praticidade técnica que o texto aparenta ter. Os caras são "macacos velhos”.
Aproveito e aviso que aí vem uma adaptação de “Grande Sertão: Veredas” pelas mãos dos dois. Essa grande obra brasileira receberá uma releitura contemporânea.
Bruna Lombardi (Diadorim) e Tony Ramos (Riobaldo) na versão para o clássico de Guimarães Rosa. 1985. Foto: Bazilio Calazans/Globo
O livro 'O Debate' é partidário? Bem... Meu conselho é que você leia/veja por você mesmo, discorde ou concorde com qualquer espectro partidário.
A leitura é breve (Nunca diga 'leitura curta') e desce suave até onde os conflitos permitem.
A ignorância possui semente na falta de leitura e hoje, temos o tiozão do whatsapp que se mostra pior que o nosso Pedro Malasartes...
E se você gosta de ler, sabe quem é nosso Pedrinho! (HD)