Imagem do microscópio eletrônico mostra coronavírus infectando células cutivadas em laboratório. (Foto: NIAID/NIH)
O Ministério da Saúde emitiu, nesta sexta-feira, um alerta de risco às secretarias de saúde sobre a nova variante do coronavírus identificada na África do Sul. De acordo com a comunicação da pasta, até a manhã de hoje, nenhum caso da variante foi identificado no Brasil.
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O comunicado orienta as redes para que façam notificação imediata caso haja detecção de casos da nova cepa. Segundo a pasta, em caso de diagnóstico suspeitos em pacientes vindos de países com histórico dessas variantes, as redes devem monitorar viajantes com sintomas por até 14 dias e sem sintomas por até 7 dias.
Também nesta sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota técnica recomendando a suspensão imediata de voos que venham da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
O órgão orienta ainda que o governo brasileiro suspenda em caráter temporário a entrada no Brasil de viajantes estrangeiros com passagem por esses países nos últimos 14 dias, a menos que se enquadrem em exceções a serem estabelecidas pelos órgãos de imigração do país.
A adoção de medidas pelo governo depende de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, Ministério da Infraestrutura e Ministério da Justiça.
— Isso está sendo discutido internamente, não há ainda um posicionamento fechado. Essa decisão precisa ser breve e será breve — disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, destacando que a decisão é do colegiado.
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O alerta enviado pelo Ministério da Saúde foi destinado à rede Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), que reúne todo o sistema de vigilância do país, incluindo entes federais, estaduais e municipais.
"A variante B.1.1.529 foi identificada no dia 23 de novembro de 2021 na África do Sul, e no dia 25 de novembro de 2021 foi emitido alerta sobre nova linhagem que contém mais de 30 mutações na proteína spike, que é a principal proteína do SARS-CoV-2, que é o alvo principal das respostas imunológicas dos organismos", informa o alerta do Ministério, acrescentando: "Essas mudanças foram encontradas em variantes como Delta e Alfa e estão associadas à infecciosidade elevada e à capacidade de evitar anticorpos bloqueadores de infecção."
Na quinta-feira, a Anvisa divulgou notas enviadas à Casa Civil nas quais a agência recomenda que o Brasil exija comprovante de vacinação para entrada no país. Representante do Fórum de Governadores, o governador do Piauí, Wellington Dias, apoiou a medida.
— Sobre as variantes anteriores, já se verificou bom resultado preventivo das vacinas em uso — afirmou ao GLOBO. — Estamos focados em evitar a entrada no Brasil da nova variante, já confirmada na África do Sul. Por isso apoiamos decisão da Anvisa na exigência do passaporte de vacinação.
Dias afirma ainda que o Brasil tem uma "janela temporal de oportunidade em relação ao continente europeu" para observar a dinâmica da doença e o cenário de vacinação, corrigindo possíveis erros.
Fonte: O Globo