O ex-governador classificou o encontro como uma "reunião histórica com as mais importantes centrais sindicais" do país e declarou que a luta sindical criou o maior líder popular do país.
"A luta de vocês, a luta sindical, deu ao Brasil o maior líder popular deste país: Lula. Viva, Lula! Viva os trabalhadores do Brasil!", declarou Alckmin.
Mesa de negociação
No mesmo evento, o ex-presidente Lula disse que vai criar uma mesa de negociação entre representantes de sindicatos e empresários para discutir mudanças na legislação trabalhista brasileira, caso seja eleito em outubro. Ele criticou a reforma trabalhista realizada na Espanha em 2012, que foi alterada neste ano.
"Vocês que me conhecem sabem que nós vamos criar uma mesa de negociação. Uma mesa de negociação pode ser coordenada pelo vice-presidente, e vai ter lá os dirigentes sindicais, e vai ter lá os empresários", disse Lula.
Para uma plateia de sindicalistas, o ex-presidente e pré-candidato à Presidência pelo PT defendeu que as alterações na legislação das relações de trabalho não vão ser feitas "na marra", mas acordadas com o empresariado. Durante o evento, representantes de centrais sindicais criticaram diversos pontos da reforma trabalhista de 2021, que criou uma modalidade de trabalho sem direito a férias, 13º salário nem FGTS.
"A gente não vai fazer nada na marra, a gente vai fazer é negociando, com a permissão deles [empresários], para a gente poder exercer o direito de negociar", completou.
Lula e Alckmin em encontro com centrais sindicais brasileiras (Foto: PAULO GUERETA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
Ao falar sobre o tema, ele citou a reforma trabalhista promovida na Espanha em 2012, que foi alterada em fevereiro deste ano.
"Nós fizemos uma reunião com o governo da Espanha e lá eles fizeram um acordo e mudaram a reforma trabalhista que tinha destruído os direitos deles em 2012", disse.
Apesar das críticas, Lula negou que pretende retomar a legislação trabalhista que estava vigente antes da reforma.
"Aqui no Brasil, não adianta dizer que nós vamos mudar tudo e vamos voltar a ser o que era antes. Não, nós nem queremos o que era antes, nós queremos melhorar as coisas. A gente não quer voltar pra trás, a gente quer avançar, e é por isso que a gente quer discutir", declarou.
Durante o evento, líderes de diversas centrais sindicais criticaram a reforma. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), indicado a vice-presidente na chapa do petista na última sexta (8), também participou do encontro. Em seu discurso, ele celebrou a liderança de Lula, a quem classificou como o maior líder que o país já teve.
Indicação de Alckmin
O diretório nacional do PT aceitou nesta quarta-feira (13) a indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para compor uma eventual chapa presidencial ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Mesmo com mobilizações contrárias dentro da sigla, Alckmin teve a indicação aprovada por 68 votos favoráveis, 16 contrários (13 contrários a Alckmin como vice, mas a favor de aliança com o PSB; e três contrários a Alckmin e à aliança com o PSB).
Membros das correntes minoritárias do diretório criticaram a maneira pela qual a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), conduziu o processo. Essas correntes argumentam que a direção do partido não respeitou as demais instâncias partidárias antes de colocar o assunto em votação no diretório.
Lula em encontro com centrais sindicais brasileiras (Foto: PAULO GUERETA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
O PT deve encaminhar consultas às legendas que vão compor coligações e alianças com a sigla na disputa pela presidência. O partido quer saber se há oposição, dentro desses partidos, ao nome de Alckmin.
Até o momento, o PT já firmou alianças com PV, PCdoB – os três devem se unir em uma federação partidária –, PSB e PSOL (estes, por meio de coligação).
A Rede, que estuda compor federação com o PSOL, também deve se aliar apesar das divergências internas. Há ainda negociações em andamento com o Solidariedade.
O ex-governador de São Paulo foi indicado oficialmente pelo PSB para ocupar a candidatura a vice-presidente na última sexta (8). Em um evento com a presença de Gleisi, Lula e Alckmin, em São Paulo, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, entregou uma carta de indicação à presidente do PT.