Prestes a assumir a presidência do diretório do PT no Piauí pela segunda vez, o ex-deputado João de Deus defendeu, em entrevista ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (18), uma maior união do partido com lideranças políticas e com a população nas eleições deste ano para defender o legado petista na administração estadual.
A melhor forma que vamos ter de trabalhar as eleições deste ano é, primeiro, fazendo o entendimento com todas as forças políticas e, segundo, se comunicando com a população, indo pra rua, botando o pé na areia e na lama para dialogar com o povo, mostrando a evolução que tivemos no piauí nos últimos 20 anos”, disse o dirigente partidário.
João de Deus, que ocupou o cargo de mandatário pela primeira vez em 1994, será conduzido novamente ao posto na próxima quarta-feira (20), quando o deputado Francisco Limma, atual presidente, comunicará a renúncia da função. A troca já havia sido acordada na última eleição do diretório estadual da agremiação partidária, realizada em 2020.
Federação
Apesar de avaliar a formação de uma federação com outros partidos como uma “contradição”, uma vez que o PT sempre defendeu o fim das coligações proporcionais, João de Deus ressaltou que a decisão tomada pela direção nacional visa fortalecer aliados históricos da sigla e que a iniciativa pode ser o “embrião” para uma eventual fusão.
“Do ponto de vista da estrutura que temos hoje, do crescimento do partido a nível nacional, não teria necessidade de ter votado a favor da federação, mas acho que foi levando em conta a história desses partidos que são aliados históricos nossos em muitas eleições e que tiveram dificuldade de superar a cláusula de barreira. Acho de certa forma contradição, no entanto, foi uma brecha para manter alguns partidos [...] pode ser o embrião para um novo partido no futuro”, argumentou o ex-deputado.
No Piauí, uma situação que tem causado certo incômodo em relação a formação da federação é o posicionamento “independente” da deputada Teresa Britto, do PV. Apesar da formalização da aliança entre seu partido e o PT, a parlamentar tem resistências para aderir a base governista. Para João de Deus, essa é uma questão que deve ser tratada a nível nacional.
“Já que a federação é uma decisão vertical, que foi tomada a nível nacional, então a direção nacional de cada um dos partidos. Do PT dialogar com o PV nacional, a fim de que possamos ter a adequação da posição da deputada àquilo que está nas prerrogativas e exigências da federação. Uma das coisas que são fundamentais é a disciplina. Espero que ela possa fazer, digamos assim, essa travessia e possa estar compondo conosco para valer, de corpo e alma”, pontuou o petista.