A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) divulgou uma nota nesta quarta-feira (29/6) pedindo o afastamento imediato do presidente do banco Pedro Guimarães após as denúncias de assédio sexual reveladas pelo Metrópoles.
A entidade considerou como “gravíssimas” as acusações, que estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pediu urgência e rigor na apuração. A Fenae defendeu que Guimarães seja afastado do cargo “em respeito à segurança de todas as empregadas e os empregados do banco”.
“Esse caso é estarrecedor e, por isso, Pedro Guimarães deve ser afastado”, afirma o presidente da Federação, Sergio Takemoto. “As empregadas e os empregados da Caixa, que tanto contribuem para a construção dessa empresa, merecem respeito. Não toleramos qualquer violência contra as mulheres.”
Ainda na nota, a entidade reforçou que o caso contraia “todos os valores e princípios da Caixa”. Rachel Weber, diretora de Políticas Sociais da Fenae destacou a importância e a coragem das mulheres que denunciaram os casos.
“É extremamente importante a união de todas elas”, enfatizou. “Vemos a força desse caso, que ganhou repercussão nacional e demanda a saída imediata de Pedro Guimarães da presidência da Caixa. Nós, mulheres da Fenae, nos solidarizamos com todas as vítimas.”
O caso
Um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.
Cinco concordaram em dar entrevistas para o colunista Rodrigo Rangel, desde que suas identidades fossem preservadas. Elas dizem que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.
As mulheres relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.
A iniciativa dessas mulheres levou à abertura de uma investigação que está em andamento, sob sigilo, no MPF.