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“Escolas fake” não vão sair do papel, diz Marcelo Castro sobre o Mec
Brasil
Publicado em 04/07/2022

 

Foto: Renato Andrade

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação do Senado, afirmou nesta segunda-feira (4) que nenhuma das escolas que o Ministério da Educação (Mec) destinou a municípios do Piauí, através de convênios, vão sair do papel. Para o parlamentar, tudo não passou de "malandragem" para enganar os prefeitos.

“Os prefeitos receberam - convênios fake. Foram 2 mil convênios feitos no ano passado. Alguns de 8 milhões, 6 milhões, 3 milhões, e sabe qual foi o empenho? R$ 100 mil, R$ 50 mil, R$ 200 mil. O Piauí tem 78 municípios que receberam escolas-fake e nenhuma dessas escolas vão começar. Aqui temos escolas que o valor máximo empenhado foi de R$ 200 mil, sendo que a obra é de R$ 8 milhões. Nenhuma construtora começa uma obra de R$ 8 milhões com 200 mil. Isso foi uma malandragem para enganar os prefeitos”, disse o senador em entrevista à TV Cidade Verde.

As “escolas fake” vieram à tona quando diversos prefeitos acusaram dois pastores evangélicos, Gilmar Santos e Arilton Moura, próximos ao então ministro Milton Ribeiro, de pedir propina em troca da liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para construção e reforma de escolas e creches e entrega de ônibus escolares. O caso terminou em um pedido de CPI no Senado, que já foi protocolado na Casa e pode ser lido em plenário nesta terça-feira (5).

 

Para o senador Marcelo Castro, a CPI será um estrago na imagem do Mec, assim como a da covid foi no Ministério da Saúde.

“Essa CPI do Mec vai causar um grande estrago no Ministério da Educação, sobretudo o FNDE. Todos os convênios que foram feitos foram através do FNDE. Agora você imagina uma roubalheira dessas que aconteceu no Brasil. Dois pastores, que não tem nada a ver com o MEC, é que organizavam os encontros com os prefeitos. O ministro pegava um avião em Brasília da FAB e ia para esse encontro. O ministro e o presidente do FNDE empoderavam os pastores, depois saiam e entregavam os prefeitos aos pastores. O que é mais grave: o relato que os professores fizeram é uma coisa horrorosa, coisa de submundo, de baixaria. Já mais imaginavam que o Ministério da Educação pudesse estar entregue as pessoas desse nível”, ressalta o senador.

Hérlon Moraes
herlonmoraes@cidadeverde.com

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