Foto: Divulgação / CAPES
Quase três mil bolsistas no Piauí correm o risco de não receberem o pagamento de dezembro. Entre os motivos, segundo a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), foram os bloqueios financeiros impostos pelo Ministério da Economia que impossibilitaram o pagamento das bolsas a mais de 200 mil bolsistas em todo o Brasil.
No entanto, na quinta-feira (08), o ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou que a pasta conseguiu a liberação de R$ 460 milhões para o pagamento de despesas da educação. De acordo com o ministro, as bolsas serão pagas até a próxima terça (13).
De acordo com o ministro, "já foram viabilizados R$ 300 milhões para o repasse de recursos às entidades do MEC, destacando-se o pagamento de 100% da bolsa assistência estudantil, bolsas PET, bolsa permanência Prouni, entre outros.
“Não temos como sobreviver sem a bolsa"
A professora doutora em Física da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Janete Batista de Brito, coordena uma residência pedagógica que teve os pagamentos suspensos no Piauí e, segundo ela, são mais de 1 mil alunos afetados apenas neste programa.
“Em todo o Piauí são quase 3 mil bolsas porque os programas envolvem as quatro instituições públicas: Uespi, Ifpi, Ufpi e Ufdpar. As bolsas variam de R$ 400 a R$ 1,5 mil. Isso afeta diretamente o trabalho. Deixamos de desenvolver projetos bastante relevantes para a educação do Estado do Piauí”, frisou a professora.
A maior quantidade de bolsistas no Piauí é formada por estudantes de graduação que recebem R$ 400 como incentivo à pesquisa. Com o pagamento suspenso, os bolsistas perdem um importante suporte para seguir nos projetos, segundo a professor Janete Batista.
“Essa bolsa é um incentivo financeiro para o estudante. Principalmente para os de licenciatura. Essa bolsa auxilia no transporte, aquisição de materiais e na sobrevivência. Para estudantes de mestrado e doutorado ainda é mais pesado, porque para eles receberem a bolsa têm que assinar um termo de dedicação exclusiva e não ter nenhum vínculo trabalhista”, lamentou a professora.
Existem quatro modalidades de bolsas pagas pelo Capes no Piauí. Há aquela destinada ao estudante de graduação no valor de R$ 400, que são maioria de acordo com a professora; tem a residência preceptor, paga ao professor da escola campo, no valor de R$ 765; a docente orientadora, que recebe uma bolsa de R$ 1,4 mil; e a coordenadora institucional junto ao Capes, que recebe R$ 1,5 mil.
“Não temos como sobreviver sem a bolsa. Precisamos da bolsa para pagar aluguel, alimentação. Isso é um descaso que o atual governo faz com esse bloqueio. Sem bolsa nos sentimos desvalorizados. Fomos surpreendidos com a nota da Capes sobre o bloqueio”, completou a professora.
Nataniel Lima
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