A bebê, que nasceu com um quilo e vinte e cinco gramas, precisava de cuidados mais específicos, mas não havia uma UTI neonatal disponível. A transferência para uma unidade de saúde adequada era urgente, mas só aconteceu mais de dois dias depois do nascimento prematuro. Durante esse tempo, a vida da criança ficou em risco, já que cada minuto é crucial para a sobrevivência de um bebê prematuro.
A situação da recém-nascida é um reflexo da falta de estrutura adequada para atendimento de bebês prematuros em diversos hospitais públicos do país. Mesmo sendo um hospital que atende a cerca de 500 mil pessoas em vários municípios da região, o Hospital Regional de Picos não dispõe de uma UTI neonatal. A falta de investimento e a precariedade na estrutura de saúde pública são problemas que colocam em risco a vida de bebês que nascem prematuros.
Durante a espera angustiante pela transferência, a tia da criança denunciou a falta de equipamentos e materiais adequados para o atendimento da bebê no Hospital Regional de Picos. Segundo ela, a situação foi muito sofrida para a família e para a criança. A falta de estrutura e o atraso na transferência diminuem as chances de sobrevivência dos bebês prematuros, especialmente daqueles que nascem com um pouco mais de um quilo.
De acordo com a médica pediatra Anenísia Andrade, em casos como do bebê de Pio IX, cada minuto é extremamente valioso. É necessário que a criança seja transferida imediatamente para uma UTI neonatal com toda a retaguarda necessária para garantir a sua sobrevivência. Na UTI, ela terá acesso a uma incubadora adequada, receberá nutrição parenteral, terá controle de glicemia, além de medicações para infecções. É possível que, ainda na sala de parto, a criança precise de uma reanimação, de ventilação mecânica ou de um aparelho de ventilador. Quanto mais tempo se demora para garantir as medidas necessárias, maiores são os riscos não apenas de morte, mas também de sequelas.
Veja nota do Hospital Regional de Picos
O Hospital Justino Luz, que é porta aberta para casos de urgência, recebeu a paciente e fez o parto com toda a assistência necessária. Como houve a necessidade de transferência para Teresina do recém-nascido por não haver o serviço ainda na instituição , disponibilizou ambulância com enfermeiro e fisioterapeuta experientes. O município de origem da paciente, de forma espontânea, decidiu arcar com os custos de um médico pra remoção enquanto o hospital estava na finalização da equipe de transporte . O Hospital reforça a boa relação e parceria com os municípios onde ambas as partes devem se apoiar mutuamente. A instituição também já pediu o serviço de UtI neonatal e espera que esse ano seja iniciado um serviço tão importante pra região e pra esse perfil de pacientes.
Todo atendimento, procedimento ou exame no hospital é inteiramente gratuito.