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Golpe com a venda de carros de luxo chega a R$ 5 milhões, revela delegado
Polícia
Publicado em 27/04/2023

Chega a R$ 5 milhões o prejuízo causado pelos empresários suspeitos de aplicar golpes durante a negociação de carros de luxo. O montante foi divulgado pelo delegado Samuel Silveira, titular do 11º Distrito Policial, que revelou ainda que apareceram vítimas dos estados do Rio de Janeiro, Maranhão, além de Teresina, caso que subsidiou a abertura de inquérito policial. Os dois foram presos nesta quarta-feira (26) na zona Leste da Capital. 

"O objeto do delito investigado era uma Mercedez e o valor do golpe era de aproximadamente R$ 100 mil. No entanto, até o fim da manhã, já contabilizávamos mais de R$ 5 milhões em pretensos golpes aplicados. Só uma vítima no Rio de Janeiro reclamou um prejuízo acima de R$ 4 milhões. O empresário de iniciais J.G.C foi pretensamente do caso do RJ e o autor de golpe semelhante no estado do Maranhão, no qual a vítima reclama de um prejuízo de mais de R$ 1 milhão. Uma série de outras vítimas chegaram à delegacia e o inquérito está sendo construído com todas essas informações", explica Silveira. 

Foto: Gabriel Paulino

O empresário citado pelo delegado é José Gil, dono de uma loja de venda de veículos e um lava jato, e que já responde a 75 processos judiciais nas áreas cível e criminal. O segundo investigado é Kallyandro Araújo da Silva, conhecido como Kaká, do ramo da venda de veículos e da construção civil e que foi preso em operação deflagrada em 2015, em que uma das vítimas foi um cantor em Teresina. 

Segundo o delegado, a dupla suspeita de esteleionato atuou em vários negócios ilícitos. Ele descreve em detalhes como ocorreu o crime que deu início à investigação. 

"Um dos investigados se apresenta ao proprietário do veículo e se compromete em vender. No caso, em evidência, ele inclusive tinha desejado ficar com o carro. Deu um primeiro sinal para confirmar a negociação, depois diz que desistiu do negócio [..] mas que é para a vítima  não se preocupar porque já tem uma venda garantida e vai ser o fulano [segundo empresário]. A partir daí, eles começam a discutir quem seria o responsável pelo pagamento do carro que [...] já está sendo comercializado para um terceiro de boa fé que prontamente faz o pagamento do bem. Só que esse dinheiro não vai para o real proprietário do bem, mas sim para a dupla que foi presa ontem. São as provas que existem no inquérito policial", detalha o delegado. 

Samuel Silveira diz que, inicialmente, o golpe tem uma aparência lícita e, por isso, é difícil de identificá-lo. 

"A maioria desses negócios tem uma roupagem, uma apresentação lícita e, muitas vezes, é difícil provar o dolo de enganar. Justamente analisando o contexto que conseguimos apresentar ao poder judiciário, até mesmo com forte colaboração da vítima, mediante representação criminal, que todo esse negócio já nasceu com a intenção de enganar. Nasce com a feição lícita, mas que toda a continuidade é com esse dolo, essa intenção de enganar", diz Silveira. 

Ele alerta para que a população redobre os cuidados durante a venda ou compra de veículos usados. 

"Adquirir ou vender para quem tem confiança, analisando o mercado, vendo outros negócios que já foram feitos, se tudo ocorreu bem ou não. Quando o veículo sofreu um furto ou um roubo, consta um gravame. No caso de estelionato não há nenhum gravame no sistema da polícia. É um golpe aidna mais difícil de ser elucidado", alerta o titular do 11º DP. 

 

Graciane Aráujo
redacao@cidadeverde.com

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