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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (23) que avalia a possibilidade de ser candidato a vereador no Rio de Janeiro nas eleições de 2024 ou, se estiver elegível, concorrer novamente à Presidência da República em 2026. As declarações foram dadas durante um evento do partido no Rio Grande do Sul. "Estou pensando em ser candidato a vereador no Rio de Janeiro. Qual o problema? Não há demérito nenhum. Até vou me sentir jovem, geralmente a vereança é para a garotada, para o mais jovem, o primeiro degrau da política", disse.
"Em 2026, se estiver vivo até lá e também elegível, se essa for a vontade do povo, a gente vai, e disputo novamente a Presidência. E, curiosidade: o presidente do TSE em 2026 será Kassio Nunes, que eu indiquei. O vice-presidente do TSE em 2026 será o terrivelmente evangélico André Mendonça, que eu indiquei. As coisas mudam", completou o ex-presidente.
Julgamento no TSE
Bolsonaro é alvo de uma ação que pode torná-lo inelegível. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu nesta quinta-feira (22) o julgamento e vai retomar a análise do processo na próxima terça (27), às 19h. O tribunal reservou ainda a próxima quinta (29) para o caso de o julgamento ser suspenso novamente.
A ação avalia o suposto desvio de finalidade da reunião que Bolsonaro teve com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. No encontro, ele teria atacado a integridade do processo eleitoral, especialmente disseminando "desordem informacional" relativa ao sistema eletrônico de votação
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro pela conduta dele no encontro com os diplomatas. Segundo o órgão, o discurso de desconfiança sobre as eleições feito pelo ex-presidente foi capaz de afetar a convicção de parte da população brasileira na legitimidade dos resultados das urnas.
Durante uma visita ao Senado nesta semana, Bolsonaro negou participação em uma eventual tentativa de golpe de Estado no país e voltou a afirmar que "sempre jogou dentro das quatro linhas" da Constituição Federal. "Quem falou que eu tramei golpe? Onde está escrito? Onde apareceu meu nome em algum lugar? Eu sempre joguei dentro das quatro linhas desde o primeiro dia. E desde o primeiro dia eu sou acusado de preparar um golpe", disse ele na ocasião.